Cp. 42

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Na manhã seguinte, o alarme do meu celular tocou, me tranquilizei por saber que é sábado e não tinha aula, só tinha esquecido de desligar o despertador. Entrei em pânico quando acordei e percebi que estava cercada de pele nua. Estava toda doída de um jeito gostoso e tive que me esforçar para não me abraçar nele em vez de sair escondido. Levei um tempinho para juntar minhas roupas do chão, vesti-las e voltar para a minha casa de uber.

Quando me vi no espelho que tenho na penteadeira, me encolhi toda. Eu
estava com uma cara boa, completamente amassada. Meu cabelo estava todo grudado, e os olhos, pesados e enevoados. Tinha um chupão bem visível do lado do pescoço. Não dava para negar que eu estava com cara de quem tinha sido muito bem comida.

Com o Jason, não tem meio termo. Ele sabe o que está fazendo, e aquilo estava estampado em mim da cabeça aos pés. O fato de ter perdido o controle e ter sido levada pelo momento também não passou despercebido, nem para mim nem para o meu reflexo. Tive que me segurar para não ter uma crise forte de pânico.

Pus minhas roupas de corrida e fiz um rabo de cavalo alto com meu cabelo ainda todo bagunçado. Ia pegar meu mp3, mas, por algum motivo, estava sem vontade de ouvir musiquinhas comerciais sobre amor. Corri pelo corredor torcendo para a minha mãe continuar no sono ou enfiada no quarto dela. Estava enchendo minha garrafinha d'água na pia quando ouvi a vozinha da minha mãe vindo da sala.

- Parece que alguém descansou bem. - fechei os olhos por um segundo e soltei um palavrão bem baixinho. Olhei para trás, e ela ainda estava com aquele pijama de cor azul que ela ama tanto, com um brilho malicioso naqueles olhos.

- Pois é. - ela balançou o dedo para mim e, de repente, fez uma cara séria.

- Você precisa ficar esperta, Megan. - fiz uma careta porque era muito cedo, no sentido literal e figurado, para ter esse papo.

- "Esperta" é meu apelido, mãe.

- É, pelo menos está usando camisinha Megan? - arregalei os olhos com sua pergunta e não consegui responder nada, e também não podia negar nada - Filha, tome cuidado. Você quando entra em um relacionamento, coloca tudo em jogo pela pessoa e... Esse Jason não parece querer algo sério.

Não podia conversar sobre isso com a minha mãe. Não quando nem sabia direito o que estava fazendo. Pus o casaco, fechei o zíper e respondi:

- Tá bom. Já volto.

- Escuta, fica de olho. Umas coisas estranhas andaram acontecendo por aqui. Ouvi alguém rondando a casa essa noite. - fiz uma cara surpresa.

- Você chamou a polícia? - perguntei. Ela sacudiu a cabeça.

- Acendi a luz da varanda, e o cara saiu correndo. Tenho certeza que era só um noia ou algo do gênero, mas você precisa prestar atenção por onde anda quando for correr sozinha.

Balancei a cabeça, concordando com ela. Mas, para falar a verdade, fiquei pensando que preciso prestar atenção por onde ando por muitas razões além dessa. Estava indo em direção à porta, tentando descobrir por que alguém estaria rodando minha casa. Olhei para traz antes de fechar a porta e minha mãe estava sorrindo pra mim e quando estava fechando a porta ela gritou:

- A noite foi boa mesmo hein? Pelo seu estado uma nota dez eu daria só pela satisfação no seu rosto. - fechei a porta e revirei os olhos com um sorriso no rosto.

Minha mãe tinha toda razão. Se fosse para dar uma nota para a noite que passei com Jason seria dez, e isso era uma merda. Porque, depois da noite
passada, não sabia como ia fazer para lidar com essa situação de ser bem mais do que apenas bons amigos e não querer mais do que isso com o Jason.

O Homem da Boate. Onde histórias criam vida. Descubra agora