Cp. 31

241K 13.9K 3.9K
                                    

Sinto uma mão repousar em minha perna e abro os olhos devagar vendo os lábios de Jason chamar meu nome. Me ajeito no banco do carro e passo a mão em meus cabelos tentando me livrar do sono que insistia em permanecer. Jason ainda me fitava paciente esperando eu me recompor.

- Que horas são? - pergunto desorientada.

- É tarde. - bocejo enquanto ele responde - Não queria te acordar, mas já estamos em frente a sua casa. - com os olhos cerrados olho pela janela enxergando minha casa. Jason toca meu ombro e me remexo no banco lentamente, fecho os olhos e me seguro para não ter meu corpo invadido pelo calor do seu toque. Tiro o sinto de segurança.

- Obrigada. - agradeço segurando a maçaneta do carro e abrindo a porta - Me diverti muito essa noite. - concluo. Jason balança levemente a cabeça e torna ligar seu carro. Desço do carro voltando para minha casa. Não sei como cheguei no quarto e nem como me troquei de roupa, só sinto meus olhos pesados implorando por uma noite de sono.

***

Ouço minha mãe descer as escadas enquanto tomo café, Sofia logo passará para irmos pra escola. Dormi a noite toda como um anjo, se não fosse pelo abençoado despertador eu não teria acordado.

- Bom dia. - ela diz se sentando e também dou bom dia a ela - Pelo visto a noite foi boa ontem, chegou tarde. - falava enquanto se servia com o suco de laranja da jarra.

- Foi legal. - digo mordendo um pedaço do meu pão. Ela me observa com cautela - Me diverti bastante.

- Quer me dizer algo? - pergunta minha mãe ainda me encarando. Antes que eu pudesse responder ouço a buzina do carro, salva pelo gongo. Me levanto com pressa da cadeira e beijo a testa da minha mãe que ainda esperava uma resposta.

- Preciso ir mãe. - jogo a mochila no ombro e saio sem olhar para trás. Ao me deparar com o carro vermelho de Jason paro tentando entender o que ele estava fazendo aqui a essa hora da manhã. Volto a andar e ele olha sorrindo em minha direção ainda dentro do carro. Seus olhos percorriam meu corpo conforme fui chegando mais perto fazendo com que as batidas do meu coração saísse do controle.

- O que é isso? - pergunto assim que me aproximo do automóvel ignorando minha vontade de abraçá-lo.

- Sua carona para a escola. - afirma apoiando seus pulsos no volante.

- Sofia irá passar aqui. - digo ajeitando a mochila sobre meu ombro.

- Eu já a mandei uma mensagem falando que passaria aqui. - franzo a testa tentando entendê-lo - Quer chegar atrasada para a aula? - pergunta fazendo com que eu entrasse no carro que tinha o ar fresco e mas ao invés de sentir o cheiro de cigarro, sentia o cheiro amadeirado de perfume masculino. Suspiro o ar másculo e fecho a porta o incentivando a seguir o caminho. - Como você está?

- Bem. Você não precisava acordar cedo para me dar uma carona. - digo limpando a garganta.

- E quem disse que eu dormi? - declarou me olhando de canto - Não consegui dormir ainda. - não sei o que dizer então continuo em silêncio - Não gostou quando viu que era eu a sua carona de hoje?

- Não foi isso que eu disse. - vejo um sorriso curto em seu rosto. - Só achei estranho. - ficamos em silêncio durando o caminho. Minha vontade era de perguntar o porquê dessa aproximação repentina, eu não o entendo as vezes, e talvez nunca o entenderei. Uma hora ele disse que não queria se envolver, que não nasceu para isso e em outro simplesmente começa a se aproximar de mim de maneira na qual não consigo explicar. Não que eu não goste disso, na verdade, eu gosto muito, só queria compreendê-lo melhor.

- Entregue. - ele fala interrompendo meus pensamentos assim que estaciona na frente da escola onde já havia uma aglomeração de pessoas. Agradeço e desço do carro andando em direção a entrada mas ainda sinto minhas costas queimarem com seu olhar sobre mim. Me encontro com Sofia dentro da sala de aula. Ela me olha com seu olhar malicioso. Me sento na cadeira lembrando da minha primeira vez, em como Jason havia sido carinhoso e paciente, me arrepio com tal pensamento.

O Homem da Boate. Onde histórias criam vida. Descubra agora