Capítulo 11 - Limites

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Terminei meu turno um pouco mais tarde do que o planejado e peguei um táxi para o apartamento de Simón. Eu ainda estou vestida com o meu uniforme, e, apesar de ter tentado me refrescar para parecer levemente apresentável antes de deixar o hospital, eu sei que eu não estou no meu melhor. Mas, considerando que Simón me viu pior nessa manhã, e suas ações não me deram exatamente a impressão de que ele estava com aversão ao meu cabelo doido saído da cama e o mau hálito matinal, eu acho que estou bem. O que é verdadeiramente injusto é que ele ainda parecia gostoso como o inferno, mesmo depois de acordar após uma noite de sexo alucinante.


Para os caras é fácil. Eu juro por Deus, eu entendo perfeitamente porque as mulheres nos anos cinquenta eram orientadas a levantar-se meia hora antes de seus maridos para fazer o seu cabelo ecolocar a sua maquiagem, porque vamos ser honestas, eu não conheço uma mulher que já tenha acordado sentindo-se como o sol e as rosas como você vê naqueles comerciais de absorvente.

Antes que eu perceba, o táxi está estacionando no endereço de Simón. Depois de pagar, eu saio e ando pelo saguão, recebendo alguns olhares dos caras de terno, próximos ao elevador. Mantendo minha cabeça erguida, e acrescentando um pouco de balanço extra à minha caminhada, eu aperto o botão de chamada e entro no próximo elevador. Assim que as portas se fecham, eu cheiro as minhas axilas e decido que eu definitivamente preciso de um perfume para ajudar a disfarçar o cheiro do meu dia de trabalho. Simón pode estar esperando que eu esteja quente e suada, mas isso não significa que eu tenha que sentir o cheiro dessa forma. Faz apenas duas semanas, precisamos manter este período de sexo de lua de mel muito bom, mais sexo muito bom, e, ocasionalmente, sexo avassalador que você sente até a ponta dos dedos dos pés. E eu gostaria de ter pelo menos um desses três tipos esta noite. Isto é, se ele ainda me quiser depois da nossa pequena conversa.

Merda.

Será que eu realmente considerei isso? Eu preciso lhe contar as coisas que eu fiz na semana, no mês, no ano antes de conhecê-lo? Eu meio que sinto a obrigação de dizer a ele sobre meus 'amigos', especialmente considerando que um deles é seu velho amigo de faculdade, Michael. No entanto, eu não vou dizer a ele que nós o chamamos de ‘Vibrador Ambulante’. Eles podem ser amigos, e Simón definitivamente NÃO tem problemas nesse departamento, mas ainda assim... É uma coisa de homens. Você não olha para baixo no mictório, porque você não quer saber como são as coisas do seu amigo.

E não é como se eu já tivesse encontrado qualquer um deles desde que conheci Simón. Eu não aceitei o convite de Pedro para uma bebida no início desta semana, e tenho visto Michael no trabalho, mas não houve qualquer chamada para uma trepada rápida. Assim que eu descobri que ele era amigo de Simón, o nosso negócio estava acabado. Seu comportamento arrogante naquele dia o tornou instantaneamente pouco atraente, então não há definitivamente nada acontecendo entre nós agora.

As portas se abrem e eu percebo que é agora ou nunca. Hora do show.

Tempo de deixar as coisas claras com Simón e pelo menos esclarecer imediatamente esse lance de ser monogâmico/compromisso, no ataque furtivo desta manhã quando ele estava vinte centímetros dentro de mim.

Eu chego até a porta e respiro fundo antes de bater. Ele abre a porta com um sorriso enorme, do tipo contagioso que você não pode deixar de imitar.

— Ei, linda. — Ele dá um passo para a frente e me dá um beijo suave nos lábios. — Eu pedi para nós comida tailandesa de um restaurante próximo. Espero que esteja tudo bem. — Ele dá um passo para trás e me leva para dentro. Esta é a primeira vez que eu vou ao apartamento de Simón, então me certifico de olhar ao redor. É no décimo quarto andar e tem uma parede de janelas de um lado, exibindo uma vista espetacular da cidade. A cozinha está no lado esquerdo da entrada, com uma bela mesa de jantar branca e cadeiras separando a sala de estar e a cozinha.

Sex on the Beach - Simbar  Onde histórias criam vida. Descubra agora