Capítulo 35 - Panquecas

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Emilia


Depois de ir para o quarto e deixar Ámbar com a bagagem dela, verifico duas vezes se sua porta do banheiro está trancada e tomo um banho quente para tentar clarear minha cabeça, me perguntando como vou aguentar ver o Benicio na minha casa todo dia, pelo tempo que demorar para o apartamento dele ser consertado.

Não me entenda mal, eu sinto muito pelo cara, e hoje à noite provou que a atração que sinto por ele não foi só um desejo de bêbada. Foi verdadeiro, tão verdadeiro quanto eu jamais senti, mas, como um balde de água fria na alma, sua rejeição ainda dói.

Já fora do chuveiro e vestida com o meu pijama mais confortável, deito na cama pelo que parece ser uma eternidade, imaginando onde errei nos últimos dois encontros, com os amantes anteriores — não que tenham sido muitos —, e agora, com o Deus da Beleza dormindo a apenas um banheiro de distância. Como vou encontrar o Homem Perfeito quando tudo o que tenho comparado a ele está próximo o bastante para eu tocá-lo?

Sou tirada dos meus pensamentos quando escuto a porta do banheiro de Ámbar sendo aberta e a minha porta adjacente sendo trancada. Puta merda, ele está no meu chuveiro! Quer dizer, nosso chuveiro. Ele vai ficar nu e ensaboado com água quente, escorrendo como um riacho sortudo, acariciando cada parte de seu corpo duro feito rocha. Merda, só o pensamento de ele pelado e perto de mim faz com que as minhas partes femininas formiguem e exijam atenção.

Faz muito tempo, Emilia.

Você que ser tocar; imagina que são as mãos dele que estão em você. Ele está tão perto.

— Ah, foda-se — sussurro para mim mesma, minhas palavras ecoando pelo quarto enquanto desço a mão pelo meu corpo. Uma mão vai para o cós da calça do pijama, e a outra esfrega meu mamilo dolorido e eu o aperto delicadamente, imaginando se Benicio usaria as mãos primeiro ou a boca em mim. Conforme meus dedos tocam meu corpo, gemo, sentindo o quão molhada estou. Só pensar nele já me deixa encharcada, e ainda nem gozei.

Acelero meus movimentos e escuto um gemido atrás da porta, minha mente enlouquecendo com o pensamento de que ele possa estar se tocando também. Isso não me surpreende; eu tenho dois irmãos mais velhos, então não é um grande segredo que homens resolvem seus problemas no chuveiro, com frequência. Mas imaginar Benicio fazendo isso tão perto de mim me faz ficar com mais tesão ainda. Enfio um dedo em mim e inclino a cabeça contra o travesseiro para abafar os gemidos que escapam enquanto o dedão esfrega meu clitóris inchado.

Mais algumas investidas e outro dedo adicional me preenche, fazendo-me contorcer em minha mão, enquanto escuto outro gemido vindo do banheiro. E se ele quiser que eu o escute? Talvez ele queira que eu saiba. E se ele se arrependeu daquela noite como eu, mas por razões diferentes? O pensamento de que Benicio possa me querer me faz ficar numa espiral fora de controle, eu grito e rapidamente mordo meu travesseiro na hora que chego ao orgasmo, descendo de uma altura espetacular, a qual nunca tinha experimentado antes.

Escuto a água diminuindo, e minhas bochechas coram quando percebo que, se eu consegui ouvi- lo, ele definitivamente conseguia me ouvir também. Espero até o chuveiro desligar e a porta do banheiro dele ser fechada antes de sair da cama e me limpar. Quando termino, me enterro debaixo dos cobertores e retorno aos meus pensamentos errantes até que meus olhos não conseguem mais ficar abertos.

Bem, se nada mais acontecer, pelo menos minhas sessões de masturbação serão mais intensas.

Benicio

Faz dez dias desde que me mudei para o apartamento de Ámbar e Emilia. Dez noites desde que eu a escutei.

Não havia dúvida dos gemidos e sussurros que vinham do quarto dela naquela noite, e isso só me fez ficar mais duro do que nunca. O som que ela fazia era lindo, mas eu queria que fosse por minha causa.

Sex on the Beach - Simbar  Onde histórias criam vida. Descubra agora