Capítulo 38 - Dois corações

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Emilia


Há quatro horas, eu estava uma pilha de nervos. Agora, estou deitada na minha cama, com um sorriso bobo no rosto, enquanto me lembro de todos os acontecimentos de hoje à tarde. Sinto-me como uma menina de quinze anos que acabou de dar seu primeiro beijo de verdade. Não daqueles que você treina nas costas da mão, ou com seu vizinho nerd, que seu irmão mais velho e cabeça-oca te desafia a beijar — sim, essa foi minha vida! Não, esse foi o encontro dos encontros, o encontro de todos os encontros. E não que tenha sido chique, caro, ou algo parecido com isso. Não, foi atencioso, divertido, relaxado, e, com toda honestidade, eu tive a melhor tarde da minha vida.

A melhor surpresa de todas foi quando nós chegamos em casa, depois do fliperama, para um jantar piquenique na nossa sala de estar. A mesa de centro foi removida e uma manta de lã cobria o tapete, e, em cima dela, havia uma cesta de piquenique e uma garrafa de champanhe no gelo com duas taças.

Olhei para Benicio, que sorria para mim.

— Surpresa.

Nos sentamos na manta, Benicio com as pernas compridas esticadas para o lado, e eu com minhas pernas cruzadas. Não é uma ideia muito boa quando se está usando um vestido de verão, mas dá- se um jeito.

Durante o jantar, que teve pedaços de frango defumado com molho cranberry, fatias de pão com patê, e mousse de chocolate de sobremesa, ele me contou sobre seu treinamento na academia e como logo estaria fazendo treinamento na rua, que envolve sair com um policial experiente numa patrulha por Chicago. Adorei ouvir o entusiasmo em sua voz, e como ele genuinamente está orgulhoso do treinamento para o trabalho.

Depois de jantarmos, fiquei um pouco desapontada por ele não ter pulado em cima de mim e tentado dar uns amassos ali na manta. Esse pensamento me fez pensar em todas as possibilidades sensuais, mas não, Benicio estava determinado em ser um perfeito cavalheiro. Mesmo quando arqueei uma sobrancelha e me estiquei sobre a manta ao seu lado, nosso piquenique já terminado, ele apenas sorriu adoravelmente para mim e balançou sua cabeça em negativa e eu fiz biquinho. Sim, fiz biquinho. Ele riu de mim e passou o dedão em meu lábio antes de colocar a mão em meu queixo e olhar para mim.

Eu podia ver a indecisão em seus olhos, o desejo de aproveitar mais, mas surpreendentemente ele parecia mais controlado do que eu.

— Certo, senhorita Reynaud. É hora de ir para a cama — ele anunciou, se afastando e levantando. Depois de me puxar do chão, pegou minha mão e me levou pelo corredor. E, como era de se imaginar, passaram inúmeras coisas pela minha cabeça naquele momento. Como se eu estava atrasada com a minha depilação, ou se meu quarto estava arrumado ou uma bagunça depois de procurar pelos meus sapatos para cima e para baixo, hoje de manhã. E, finalmente, se eu tinha algum preservativo, se ele tinha algum no quarto dele, e exatamente para qual quarto estávamos indo.

Quando chegamos à porta fechada do meu quarto, ele parou e se virou para mim. Levantando a mão, tirou meu cabelo do rosto e sorriu.

— Eu tive um ótimo dia hoje.

— Eu também — disse, obviamente incapaz de formar uma frase completa naquele momento. E eu só tomei algumas taças de champanhe!

— Quais são as chances de um segundo encontro?

— Acho que agora as chances estão a seu favor.

— Você está citando Jogos Vorazes para mim? Justo agora, quando estou prestes a te dar um beijo de boa noite?

Como?

Ele deu um passo à frente e me pressionou contra a parede do corredor.

— Eu preciso ter mais um gostinho seu antes de ir tomar um banho gelado. Você pode lidar com isso?

Sex on the Beach - Simbar  Onde histórias criam vida. Descubra agora