Capítulo 16 - Bêbada

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Pelo resto da semana, eu me enterro no trabalho. Emilia estava certa em me dar um dia para chafurdar na lama e sentir pena de mim mesma. De terça a sábado, trabalhei pra caramba. Se houvesse uma dupla jornada, eu pegava. Horas extras? Me inscreva. Quanto mais eu trabalhava, menos tempo e energia eu tinha para sequer pensar em Simón Alvarez e no que ele poderia estar fazendo.


Será que ele estava sentindo a minha falta? Será que ele queria entrar em contato comigo? Será que ele decidiu correr de volta para Mia Nojenta e criar a vida perfeita que se esperava deles?

Veja, o que eu disse? Tempo livre mais pensamento é igual a mim me perguntando sobre Simón e o que ele está fazendo, com quem ele está transando, se ele está pensando em mim, será que ele sente a minha falta? É interminável.

Agora são 17:00h de sábado e eu acabei de sair da L após trabalhar num turno do dia. Estou morta de cansada, depois de trabalhar muitas horas essa semana, mas foi bom para a minha mente ficar longe de tudo e me concentrar apenas em mim. A dor em meu peito não diminuiu, porém; até mesmo nas pequenas pausas que eu tive no trabalho, minha mente vagava.

Estou a poucos quarteirões de distância de casa, quando o cheiro do café redireciona minha jornada para dentro da minha cafeteria favorita e para o balcão para pedir um grande mocha com chocolate branco. Quando eu chego ao balcão, vejo o barista caminhando em direção a uma mesa no canto. Sendo a cadela intrometida que sou, não posso evitar olhar ao redor da loja. Eu congelo quando vejo Simón sentado no canto ao lado da linda e desagradável Mia.

Eu sei que ela me viu quando uma expressão presunçosa cobre seu rosto e ela olha de soslaio para mim. Ela sabe que tem a minha atenção, e caramba, ela parte direto para o ataque. Um grunhido me escapa quando ela coloca a mão sobre a dele. Não é um gesto excessivamente romântico, mas é definitivamente um de conforto e familiaridade, de alguém que o conhece há anos e mal pode esperar para voltar a ter essa intimidade. Desta vez, é a vez da cadela dizer ‘Vai se ferrar’ para mim, e ela está amando cada minuto disso.

Porra! Preciso sair daqui, antes que ele me veja ou antes que eu vá dar uma lição na vadia.

Enquanto eu caminho quase correndo para fora da loja, ouço o barista chamar meu nome. — Mocha com chocolate branco grande para Ámbar! — ele grita, recebendo a atenção das pessoas na loja.

Merda! Foda! Porra!

— Você pode ficar com isso. Chame isso de um ato de bondade. Tenho que ir — eu rapidamente digo ao adolescente segurando meu café quando eu me viro e cometo o erro de dar uma última olhada para o canto da loja. Quando eu fico presa aos seus olhos caramelo, eu perco minha linha de pensamento. Inferno, eu perco a noção do tempo e de lugar.

Eu o vejo arrastar sua mão duramente para longe de Mia e se levantar.

Sendo a covarde que eu sou, eu corro para fora da loja, deixando Simón e minha dose de cafeína. Eu o ouço chamar meu nome, mas eu não me atrevo a voltar, e não paro de andar até que eu esteja em segurança dentro de casa.

— Que diabos aconteceu com você? — Emilia pergunta, saindo do corredor em direção à cozinha.

— O que você quer dizer?

— Parece que você acabou de ver um filhote de cachorro morrer, Ámbar. Dia ruim no trabalho?

Eu suspiro. — Eu sou tão óbvia?

— Ah, sim. Eu pensei que você estava indo bem — ela fala, arqueando uma sobrancelha bem cuidada.

— Eu estou. Bem, eu estava. Oh, eu não sei. Acabei de ver Superman e Mia Nojenta tomando café, e ela o tocou e me deu o clássico olhar de cadela que me dizia que ela estava tentando rastejar de volta para ele, e então eu tentei correr antes que ele soubesse que eu estava lá, mas nossos olhos se encontraram, e ele me chamou, e eu corri para fora e não olhei para trás.

Sex on the Beach - Simbar  Onde histórias criam vida. Descubra agora