Twin Cupids

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Andy surgiu no departamento de moda na manhã de segunda-feira com um sorriso no rosto e quase cantarolando, o que era uma surpresa para Nigel devido ao seu humor das últimas semanas.

— Alguém está feliz. — ele observou.

— Muito. — Andy envolveu o braço esquerdo no pescoço do amigo e lhe deu um meio-abraço.

— Posso saber o motivo dessa alegria as oito da manhã de uma segunda? É irritante. Todas as pessoas do mundo estão de mau-humor a essa hora. — Andy soltou uma risada com a fala do homem.

— Citando um clichê: se eu te contar, vou ter que te matar.

— Espere um minuto... — Nigel a analisou de cima a baixo com o dedo batendo contra o queixo, sinal de que seu cérebro estava trabalhando em alguma teoria. — Isso tem a ver com a sua garota, não é?

Ele soube que estava certo pois no momento que ouviu a pergunta, Andy sorriu ainda mais.

— Não sei do que está falando.

— Você não é malvada assim, Six. Vamos, me conta. — pediu com curiosidade. — Vocês duas se acertaram?

— Eu não diria isso. — fez uma careta ao negar. — Mas fizemos progresso.

— Que tipo de progresso?

Andy olhou ao redor da sala vazia, exceto pelos dois, e se inclinou em direção ao homem.

— Ela me beijou.

— Você está muito feliz para só um beijo. — comentou malicioso.

— Mas foi só um beijo. — enfatizou. — Acredite em mim, se tratando da pessoa em questão, já é muito.

— Se essa mulher com um beijo é capaz de te deixar sorrindo desse jeito, então já tem a minha simpatia.

— Aposto que ela adoraria ouvir isso. — riu. — Enfim, vim devolver o vestido.

Nigel não tinha percebido até o momento a saco preto com zíper que a assistente carregava. O divino Oscar de La Renta que Andy usou na festa da Runway.

— Não precisa, é seu. — respondeu recordando a estranheza da tarde de sexta. Pouco tempo após Miranda sair da sua sala com a ordem de que conseguisse um vestido para Andy, a segunda assistente ligou pedindo ajuda. Nigel já tinha revirado o armário da revista e como previu, nada serviria. Ou era um número menor ou de uma coleção passada — ele fez uma nota mental de mandar arrumar o armário o mais rápido possível. Nigel então ligou para as mais diversas marcas e um hora depois, graças a influência do nome Miranda Priestly, tinha pelo menos trinta vestidos a sua disposição. Quando ele mandou para ela uma foto da sua escolha, Miranda respondeu apenas com uma mensagem: " Ótimo. Diga a Andrea que fique com o vestido". Muito estranho.

— Nigel, eu não acho que a Miranda vá gostar que eu fique com esse vestido, é muito caro. E eu nem teria onde usar.

— Se terá onde usar ou não Six, não importa. É seu.

— Nigel... — prevendo que ela ainda tentaria argumentar, ele usou a cartada que a calaria.

— Ordens da Miranda.

— Da Miranda? — a expressão de Andy era uma soma de surpresa e confusão.

— Não comente com ela, sim? Ou pode custar o seu emprego. — Miranda não havia pedido segredo, porém Nigel conhecia a amiga o suficiente para imaginar que se Miranda tinha se dado ao trabalho de ir ela própria buscar sua ajuda, e não mandando Andy direto, então não deveria querer a assistente soubesse de tal informação. Mas ele confiava que Andy poderia ficar de boca fechada. — Miranda temeu que você aparecesse vestida de maneira incorreta para um evento como o da Runway, e a própria me pediu que conseguisse um vestido para você, antes mesmo que você o fizesse. Nem é do armário da Runway pois nada ali servia em você. Tive que pedir para os ateliês me mandarem peças prontas no seu tamanho.

Simply Complicated - MIRANDYOnde histórias criam vida. Descubra agora