It's a date - Part.2

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A chegada do carro prateado chamou a atenção das pessoas ao redor por alguns segundos antes que estas voltassem calmamente ao que estavam fazendo. As crianças corriam sem parar entretidas em alguma brincadeira que Andy não saberia identificar e os adultos se dividiam em pequenos grupos que conversavam na calçada.

— Brooklyn? — a assistente bateu a porta do veículo e não escondeu a sua expressão de espanto.

— Por que a surpresa?

— Miranda, você mora no Upper East Side, imaginá-la no Brooklyn é no mínimo espantoso. Já sei, estou sonhando, não estou? Vou acordar a qualquer momento.

— Sabe, você não é tão engraçada quando julga ser.

— Mentira, você adora meu senso de humor. — Andy retrucou.

Miranda revirou os olhos escondendo um sorriso e ligou o alarme do carro.

— Viu? Não negou.

— Consegue ficar quieta por cinco minutos?

— Só se eu tentar bastante. — ela recebeu como resposta um arquear de sobrancelhas da outra mulher. — Ah, é para eu começar agora?

— Sim, Ahn-dre-ah.

Andy ergueu as duas mãos em rendição fazendo Miranda sorrir discretamente mais uma vez antes de lhe virar as costas.

Vários prédios de poucos andares ocupavam cada lado da rua junto de algumas poucas casas e Miranda entrou em um deles. Andy a seguiu ainda confusa sobre o porquê dela leva-la até ali. Muitas perguntas rondavam sua mente, mas suprimiu a curiosidade pois sabia que Miranda Priestly só começaria a falar quando quisesse.

O edifício parecia ter sido reformado, no entanto ainda preservava a arquitetura mais antiga, o que significava: sem elevador. No terceiro andar Andy já desejava não ter tido a péssima ideia de usar aquele salto alto lindo, mas muito pouco confortável. Chegaram ao quinto e último andar e Miranda se dirigiu a porta da direita, ela buscou uma chave na bolsa e em silêncio indicou que Andy entrasse primeiro. O interior do apartamento estava escuro, nenhuma luz exterior conseguia iluminar o ambiente devido as cortinas que cobriam as janelas. Vagamente, Andy conseguiu distinguir na escuridão a forma de alguns móveis cobertos por tecido branco.

— Por aqui. — a voz de Miranda veio suave. Ela afastou um par de cortinas que revelaram uma porta de vidro que dava para uma varanda.

A primeira coisa que chamou atenção da assistente foi a vista. Dali era capaz de ver a Ponte do Brooklyn e o rio East que se estendia além da sua linha de visão. As luzes de Manhattan brilhavam distante e apesar do vai e vem dos carros a paisagem transmitia tranquilidade.

— É lindo. — Andy falou baixinho com medo de que se aumentasse a voz algo naquele cenário pudesse ruir.

Não houve resposta. Miranda tinha o olhar fixo a frente, distante, muito longe dali. Andy entendeu que não deveria interromper qualquer que fosse o seu pensamento e olhou ao redor. Na outra extremidade viu um canteiro de flores e se aproximou percebendo que na realidade havia apenas tulipas ali. Algumas amarelas, outras roxas e muitas vermelhas.

— Para uma referência futura, eu prefiro tulipas a rosas. — Miranda estava, de repente, ao seu lado. — E odeio frésias.

— Teria sido bom saber disso antes de mandar as rosas que jogou no lixo. — a frase tinha um tom de brincadeira, mas não passou despercebido por nenhuma das duas a ponta de mágoa que estava ali.

— Como você... — ela não precisou de resposta. — Foram as gêmeas.

— Posso jurar que Cassy e Caro são onipresentes.

Simply Complicated - MIRANDYOnde histórias criam vida. Descubra agora