Simply Complicated - MIRANDY

The coffee problem - Part.3

Miranda alternou o olhar entre a assistente e a passagem fechada mais uma vez.

— Abra essa porta. — ela se aproximou perigosamente. — Agora.

Andy engoliu em seco. Miranda podia ser bem intimidadora quando queria, contudo, não se curvaria ao olhar frio da outra. Não dessa vez. Contrariar Miranda nunca era uma boa ideia, mas Andy duvidava que teria outra chance de falar com a mulher caso deixasse esse momento escapar.

— Não, Miranda. Ao menos não até conversamos como duas pessoas adultas.

— O que está fazendo? — a pergunta de Miranda foi feita pausadamente, um sinal claro, para Andy, de que a mulher não estava nada feliz. — Você por acaso perdeu a noção do perigo, Emily? — Miranda não precisava elevar o tom de voz para que que cada frase soasse ameaçadora. — Eu sabia que era idiota, mas não imaginava que seria imbecil a este ponto! Abra agora, é uma ordem!

Andy buscou não se importar com as palavras cuspidas com veneno pela editora-chefe, ou com o fato que ela continuava a chamá-la pelo nome da primeira assistente. Arqueou os ombros para trás e respirou fundo.

— Miranda, não adianta. Eu não vou abrir sem que antes me escute.

— Como se atreve?! — os olhos oceano faiscaram com raiva.

Ok, talvez fosse a hora de começar a se explicar antes que sua sentença de morte fosse definitivamente assinada.

— Miranda, me desculpe. — ela deu um passo em direção a mulher que recuou para longe e virou de costas. — Eu nem vi que tinha algo anotado no copo! Nem conheço aquela garota. Juro que nunca troquei mais que duas palavras com ela. — garantiu. — Não dei espaço para que se aproximasse nenhuma vez. Foi um mal-entendido que...

Miranda riu, mas não foi um som agradável. Uma única risada carregada de escárnio.

— Me trouxe até aqui para falar isso? — se virou para encarar a morena, — Como se eu me importasse, Emily.

Andu balançou a cabeça em negação e sorriu de lado.

— Você se importa, Miranda, eu vejo.

— Está errada. — Miranda sustentou o olhar e repetiu lentamente: — Eu não me importo com o que faz ou deixa de fazer. Entendeu ou preciso desenhar para você?

— Você não me convence.

Antes que Miranda tivesse a chance de rebater, Andy puxou a mulher pela cintura e beijou. Ela sentiu Miranda corresponder ao beijo por alguns segundos antes de ser empurrada com força para longe.

— Você enlouqueceu?! — Miranda questionou irada e pela primeira vez aumentou seu tom de voz, ela estava quase gritando. — Nunca mais faça isso!

Andy a encarou atordoada. Sua esperança era que finalmente se resolvessem, mas pareciam estar caminhando para algo pior.

— Miranda...

— Não fale! Eu não quero mais ouvir sua voz, Emily!

— Pare! — Andy exclamou sem conseguir conter sua repentina raiva. — Não me chame de Emily, você sabe o meu nome!

— Eu pago o seu salário, posso te chamar do que eu quiser. — falou olhando para a mais nova com indiferença.

— Eu... eu não... — Andy gaguejou perplexa com a atitude dela.

— Perdeu a capacidade de falar?

— Eu já me desculpei, droga! — exclamou furiosa. — Tive que recorrer a essa ideia ridícula para que me escutasse! Estou praticamente implorando o seu perdão, o que mais quer que eu faça?!