Já dissemos o que tínhamos a dizer um ao outro, já dissemos o nosso "adeus", então, porque é que não me deixas deixar-te ir, ajuda-me a deixar-te ir.
Quero focar-me mais em mim e quero pensar menos em ti, vou pensar em ti até te esquecer, até a tua imagem desaparecer do meu cérebro já danificado, até o que sinto por ti ser apagado do espaço em branco onde ficava o coração que tu partiste.
Não precisas te preocupar comigo, pois, eu estou bem, vou ficar bem. Não vou negar que as vezes tenho saudades daquilo que éramos, saudades dos nossos momentos e brincadeiras, verdade seja dita, preciso que tu desaparecas, ainda carrego fantasmas daquilo que me disseste, então, lembra-te de me esqueceres, não preciso que precises de mim. Nada se encaixa neste espaço que deixaste.
De noite para noite, gostava que me mentisses mais uma vez a dizeres o que sentias por mim, que estavas feliz ao meu lado, para eu acreditar só mais uma vez, que me mostrasses mais uma vez, uma última vez o que éramos.
As vezes o meu cérebro entra em guerra comigo próprio por tua culpa, por tua causa, pelo que fizeste, do esforço que não fizeste. No fim das contas, não somos assim tão diferentes um do outro, certo? Então, não me chames, não te quero ver a minha frente, não me telefones, já não me importo com nada, ao mesmo tempo, quero saber como estás, eu sei que estás feliz, mas ainda assim, as vezes quero falar contigo.
Se eu tivesse apenas mais um dia, apenas isso, para te mostrar que tu estavas a fazer-me bem e mal ao mesmo tempo... Irias ver que estava a moldar-me, que estava a tornar-me mais frio, mais longe, por causa das coisas que fizeste-me passar!
Não me chames, pois não te vou responder, não vou olhar para ti. Quero apagar-te por completo do meu pensamento, não me chames... Não me chames... Pois, se o fizeres, eu não vou saber dizer-te que não... Mas ao mesmo tempo, não vou saber dizer que sim... Então, não me chames, quero continuar nesta incerteza de que algum dia iremos ficar bem, pois, tu assim o disseste "quero continuar a nossa amizade" e viraste-me costas, deixaste um vazio.
Não me chames, mas ao mesmo tempo, chama-me e diz-me que tudo não passou de um mau sonho, eu não estou preparado para isto, já se passou um tempo desde que ficaste longe e seguiste o teu caminho. Sabes? Eu não sei mais o que fazer, parece que criei uma personalidade com a tua forma de ser e é isso que quero apagar, eu estava tão ligado a ti e do dia para a noite, eu caí, perdi o chão debaixo de mim e agora, não tenho onde pisar, não tenho para onde ir.
Mesmo no meio da multidão, as vezes parece que estás lá tu e sinto a tua presença... Não quero sentir isso...
É difícil enfrentar o mundo sozinho, tu eras quem eu estava a espera, eu deveria ter sabido melhor como tu realmente eras...Não me chames... Pois, já não quero saber da tua presença, do teu nome, nem de ti própria... Não me chames...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquilo que os meus olhos veem
De Todopequenos textos, grandes textos, pensamentos e desabafos, tudo aquilo que os meus olhos veem em forma de palavras.