Capítulo 6

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- eu vou fazer isso!

Por um impulso eu puxo a blusa dela e colo meus lábios nos dela e depois a afasto.

Ela me olhava com a boca aberta. Um sorriso se forma nos lábios dela o que me faz respirar aliviada e por um impulso sorrir também.

- que pena a Maraisa namorar, porque se n eu beijava ela sempre só pra poder te beijar- a Marília fala e ri

- cala a boca idiota, você não vai beijar a Maraisa... só...- ela me interrompe

- só você?- ela pergunta é vejo um sorriso malicioso

- só eu- afirmo

Marília se aproxima de mim novamente e posso sentir meu coração quase saindo pela boca. Um calor tomar conta do meu corpo e um desejo enorme e ter os lábios dela de novo junto aos meus.

- ainda bem que você me beijou, eu estava com medo de fazer isso. Eu vim aqui pra... pra..- ela para de falar

- pra?- pergunto

- deixa...- ela fala

- então cala a boca- falo

Percorro o curto caminho que ainda tinha entre nossas bocas e colo minha boca na dela. Os lábios dela são tão macios. Sinto a língua dela encostando nos meus lábios pedindo passagem para intensificar aquele selinho e eu imediatamente abro minha boca. Parece que eu necessitava daquilo como necessitava de ar para respirar. A minha língua se encontra com a dela e meu corpo sentiu na mesma hora o choque. Era uma briga violenta entre nossas línguas.
Marília vai se ajeitando na cama e eu vou me ajeitando junto com ela sem interromper o beijo. Minhas mãos estavam no pescoço dela segurando sua cabeça e as mais dela estavam na minha cintura enquanto eu estava sentada no colo dela com uma perna de cada lado. Sinto as mãos da Marília escorregando da minha cintura até parar na minha bunda e apertar com certa força o que me arranca um suspiro e um sorriso interrompendo o beijo.

- isso parece certo pra você?- ela pergunta com a boca colada à minha

Abro os meus olhos e encaro as pérolas que eram os olhos dela.

- nem um pouco, mas eu quero tanto. Parece que eu...

- necessito disso para viver- ela me completa

Afasto um pouco o resto do dela para olhar melhor.

- exatamente isso- falo a encarando

Ela me olha no fundo dos olhos e pela primeira vez eu sinto que posso sentir exatamente o que ela estava sentindo. Parece que minha alma encontrou morada e meu coração que antes estava agitada se acalmou.

- não quero que isso estrague nossa amizade... se for estragar... é a gente para aqui eu vou pra minha casa e fingimos que nada aconteceu...- interrompi ela na mesma hora

- você quer isso? Porque eu não quero. Eu não vou fingir que isso não aconteceu e muito menos esquecer- falo

- eu não sei se você curte mulher e também...- interrompo ela mais uma vez

- eu fico com mulheres sim se é isso que te preocupa. Não gosto de falar porque ninguém sabe além das mulheres que eu fiquei. Eu sinto medo do preconceito. Sou fraca eu admito.- falo suspirando- mas mesmo assim não me arrependo de ter te beijado- dessa vez ela me interrompe

- tudo bem, então o que vai ser da gente agora?- ela pergunta

- vai ser... sei lá. Não sou boa em planejar as coisas...- falo e rio

- então...- ela fala e se cala

- então vamos dormir?- pergunto

- vamos- ela afirma e sorri

Dou mais um beijo caloroso nela, com direito a pegada na bunda e tudo mais até meu pulmão implorar por ar e eu ter que parar o beijo.
Saio de cima dela e me ajeito na cama assim como ela. Deitamos afastadas e eu apaguei a luz do abajur.

- boa noite- ela fala

- boa noite- respondo

Eu fechei meus olhos, tentei de todas as formas pensar na morte da bizarra ou contar ovelhinhas, mas impossível. O beijo da Marília não sai da minha mente. Meu corpo nunca vibrou ou desejou tanto algo e alguém. Meu coração nunca se sentiu tão calmo com uma pessoa, nem com o Luiz que foi o homem da minha vida... bom eu achava que tinha sido.
Eu estava totalmente confusa. Meu corpo, minha alma e meu coração desejavam uma coisa que eu jamais imaginei desejar por alguém. E meu cérebro simplesmente dizia: não! É errado, ela é uma mulher e sua melhor amiga.
Mas na mesma hora parecia que meu coração batia mais forte como se estivesse brigando com meu cérebro e dizendo: errado? Errado é não sentir e não amar quem quer te amar e ser amado por você!
Meu coração e meu cérebro estavam brigando como loucos dentro de mim. Meu corpo estava sentindo o reflexo disso e suando.

Eu não queria sentir o que eu estava sentindo. Não queria admitir que eu estava apaixonada pela Marília. Pera...
droga, eu acabei de dizer implicitamente que estou apaixonada pela Marília. A MARÍLIA MINHA MELHOR AMIGA! Não é possível isso. Quando é que eu me apaixone pela minha melhor amiga?

- Mai?- escuto a voz dela e eu olho pra ela

- desculpa te acordar... é que você estava fazendo umas caretas... tá tudo bem? Tá com dor? Quer alguma coisa?- ela pergunta me olhando sentada na cama com uma cara preocupada

- desculpa, eu estou bem. Acho que estou tendo uma crise interna.- respondo

- crise interna?- ela questiona

- parece que meu coração tá brigando com meu cérebro- falo

- sabe? Deixa o coração falar. A gente nunca da ouvidos pra ele, talvez ele esteja querendo de falar algo a muito tempo e só agora você está dando uma brexinha pra ele- ela fala e da um mini sorriso.

Sorrio pra ela. Ver a lila ali comigo era tão bom. Eu sempre me senti tão bem perto dela. Ela cuida de mim como se fosse mais velha que eu. Ela até parece que me.... ama

- lila?- chamo a atenção dela

- oi meu amor- ela fala carinhosa

- você veio aqui pra que?- pergunto

- depois a gente conversa Mai. Mas deixa seu coração falar- ela fala e sorri se deitando novamente

Eu me deito com a barriga pra cima. Será que eu devo escutar meu coração? Eu estava muito confusa.

Me virei pro outro lado e naquele pensamento depois de quase passar a madrugada toda tentando arrumar uma solução eu dormi.

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Eita gente, o que vocês acham que a analista deve fazer?
Seguir o coração ou o cérebro?
Comentem e curtam muito!

Beijos da gio ♥️

O sentir é particular Onde histórias criam vida. Descubra agora