Capítulo 53

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Eu tinha mais dois dias em Goiânia antes de ir pro rio gravar a matéria com a Marília. Nesses dois dias eu acordei bem disposta e animada. Voltei no meu médico pra ele me avaliar e me liberar pra voltar aos palcos, tudo ocorreu bem, estava liberada, mas ele pediu pra eu me exercitar com mais frequência. Eu comecei a ir pra academia com a maraisa de manhã e fazer pilates de noite. Eu nunca fui chegada nos exercícios, mas estava gostando.

Quinta feira eu e minha irmã pegamos um voo pro Rio de Janeiro, iríamos ficar hospedadas no mesmo hotel da Marília e eu no mesmo quarto óbvio. Fomos pro Rio, mas só nossas malas que foram pro hotel, eu e maraisa já fomos nos arrumando no carro mesmo pra gravar a matéria. Eu vestia um short jeans preta e uma blusa branca de manga com um tênis branco. Meu cabelo estava solto enrolado nas pontas e minha maquiagem bem leve.

Chegamos ao local e a equipe da Marília já estava. Eu saio do carro de mãos dadas com a maraisa, bem comum isso. Quando entramos no orfanato de cara eu vejo a Marília com uma calça jeans e uma blusa de alcinha de sede branca, um tênis no pé e os cabelos loiros soltos com a maquiagem leve igual a minha. Eu sorrio e solto a mão da minha irmã, apresso meus passos e vou indo até ela. Chegando perto eu vejo ela com um menino no colo, bem novinho, os cabelos castanhos claro, os olhos mel, a pele branca, ele sorria pra Marília.

- oi amor- digo quando chego perto dela

Ela se vira com o menino no colo e sorri pra mim.

- oi minha vida- ela fala

- quem é esse meninao lindo?- pergunto fazendo um carinho na bochecha dele e ele sorri pra mim

Aquele é o segundo sorriso mais lindo que eu já vi na vida, o primeiro é da minha noiva que estava segurando ele.

- esse meninão lindo aqui é o Antônio, acabou de chegar aqui no orfanato.- ela fala

Antônio parecia ser tímido, ele sorria, mas estava todo tímido no colo da Marília. Dava pra ver que as roupas que ele vestia não eram boas e nem estavam tão limpas.

- quantos anos ele tem?- pergunto

- 2 anos e 4 meses- Marília fala

Ele me olha e sorri. Quando eu ia pegar ele uma moça do orfanato vem.

- com licença, eu vou levar ele com as outras crianças pra ele ir se enturmando- ela fala e toma dos braços da Marília.

A carinha dele de quem não queria ir, me partiu o coração.

- como ele chegou aqui?- pergunto

- pais foram assassinados numa favela.... os parentes não tem como cuidar e levaram no conselho tutelar- Marília fala

- ele é tão novinho, tão lindo, tem o segundo sorriso mais lindo que eu já vi...- falo

- eu pensei a mesma coisa, o primeiro é o seu sorriso- Marília fala e me olha

Ela se vira de frente pra mim e abraça minha cintura.

- eu ia dizer que o sorriso mais lindo é o seu!- eu falo passando meus braços em volta do pescoço dela.

- que saudade minha vida!- ela fala e faz um biquinho

- que saudade meu amor! Tá cada vez mais difícil ficar sem você, não aguento não- falo e me aproximo

- nem fala, não consigo dormir sem você! Tu ainda tem a maraisa e eu?- ela fala

- você tem eu! Só eu basto- digo e colo nossas bocas

Eu dou um selinho demorado nela.

- só você me basta mesmo, quando não tá perto eu quase morro e quanto tá eu quase morro mesmo assim- ela fala

- por que?- questiono

- meu coração pula mais forte quando você tá perto, te ver tão linda assim, só tenho vontade de te beijar e te agarrar e ficar te vendo sorrir pra mim- ela fala

Eu agarro ela e dou mais alguns selinhos arrancando risada dela.

- a matéria hoje vai ser difícil sem eu querer levar todas as crianças pra casa- falo e rio

- aí nem fala, chegar aqui e ver o Antônio que sinceramente parece muito com você... meu Deus, quase pedi a papelada- Marília fala rindo

- ele me sorriu tão lindo, senti uma conexão, mas a moça nem deixou eu pegar ele- falo

- depois vamos ir atrás dele?- Marília pergunta

- vamos, quero pegar ele no colo- falo

Eu ia dar um beijo nela quando André nos chama falando que estava tudo pronto e que iríamos começar a matéria.

- mãos dadas ou prefere ficar um pouco separada na televisão?- Marília pergunta

- separada nunca na vida, pode colar em mim. Não vou fingir nada- falo pegando a mão dela

- a maiara antiga estaria a um metro de mim- ela fala rindo

- mas eu sou uma nova maiara, sou noiva e muito feliz de ser lésbica assumida- falo rindo

- sapatona- Marília fala baixinho rindo

- olha quem fala, só não vou falar nada porque tem criança aqui- falo baixinho

Marília ri, me olha e pisca. Eu dou um tapinha no braço dela e seguimos. Chegamos numa sala e minha irmã estava rodeada de crianças e adolescentes que pediam pra ela cantar ou queriam conversar com ela. Dava pra ver que ali todos eram muito carinhosos e sentiam falta desse contato e desse carinho. Quando eu e Marília aparecemos e eles nos viram correram em nossa direção e aí foi uma fila de abraços, beijos, muito carinho e pedidos de músicas pra eles ouvirem.

- crianças não se afobem, se comportem, elas vão cantar, mas não agora- uma moça que trabalha lá fala

- eles são muito cedentos de carinho. Só nós aqui não conseguimos suprir a necessidade de todo esse amor e cada vez chega mais criança- uma moça que estava ao meu lado fala

- é uma pena isso- falo

Marília me abraça por trás e me da um beijo na bochecha.

As moças que trabalhavam lá organizam as crianças num quintal onde elas ficaram sentadas no chão, os maiores atrás e os pequenos na frente. Até que logo um pequeno rouba a minha atenção.

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Véspera de natal, já lhes informo que não terá capítulo no dia 25 por motivos de é um dia de estar com a família.
Desejo a vocês um feliz natal e que aproveitem muito!

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Beijos da Gio

O sentir é particular Onde histórias criam vida. Descubra agora