Memórias.

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— Riley Biers, eu vou te matar! — gritei, tentando pegar meu celular de volta.

— Duvido! — ele riu debochado, escrevendo velozmente uma mensagem para o jogador mais gato do time de futebol da minha escola.

— Vamos lá, Riles! Não me faça passar vergonha — estendo a mão, fazendo uma expressão suplicante — me da logo isso.

Ele para de digitar e me olha por um momento, pensativo. Finalmente me entrega o celular, me fazendo soltar um suspiro aliviado. Mas dura pouco quando leio "mensagem enviada".

— Riley! — grito novamente, fazendo ele rir tanto que cai na calçada.

"que tal sairmos amanhã a noite? xoxo, sarah" é minha morte social. Amanhã todas as outras líderes de torcida saberão disso e eu sofrerei até a próxima encarnação.

— Eu não uso "xoxo" — comento, fazendo uma careta — acho que me confundiu com a Jennifer.

— Impossível — ele finalmente para de rir, mas o sorriso não sai do seu rosto — ela tem peitos.

— Eu também tenho peitos! — evito olhar para minhas azeitonas, ofendida a ser comparada com aquelas melancias que Jennifer carrega — só não são falsos.

— Os delas também não — ele sorriu malicioso e eu revirei os olhos, voltando minha atenção para o celular.

— Ele respondeu! — comento surpresa, lendo a mensagem em voz alta — "claro, gata. te pego as 20h". Ai, meu Deus.

Sento-me ao lado de Riley na calçada.

— Eu disse! — ele passou o braço pelo meu ombro — eu disse que ele não negaria pegar uma gata como você, Sadie. Era só questão de coragem.

— Cara de pau, você quer dizer? — rebato.

— Se funcionar — ele dá de ombros.

— Riley, você é inacreditável — nego com a cabeça, mas sorrio. Graças a ele tenho um encontro com o capitão do time!, pensei na hora — estou te devendo uma.

— Eu vou cobrar — ele pisca para mim.

Nesse momento mamãe abriu a porta, sorrindo gentilmente para Riley — ela o amava como filho.

— Os dois, para dentro agora mesmo — ela disse, seu jeito mãe mandona ativado.

— Preciso ir, tia — ele sorriu angelical, o que não combinava nada com meu melhor amigo — dona Sofia está me esperando para o jantar.

— Acho que vai se atrasar um pouco  — minha mãe olhou seu relógio de pulso — é quase onze.

— Vou correr então — isso faz ele ganhar uma olhada "ah, é?" da minha mãe — não correr, claro que não. Apenas ir um pouco mais rápido que o normal. No limite da lei.

— Se cuide, Riley — ela sorriu, entrando em casa novamente.

— Até amanhã, Riles.

— Amanhã? — ele me olhou confuso.

— Preciso de ajuda para escolher a roupa e dicas de como flertar sem parecer uma desesperada — digo em tom óbvio.

— Eu já te disse que você precisa de mais amigos, não é? — ele reclamou, mas claramente não estava falando sério.

— Babaca — decretei, virando-me para a porta aberta, onde o som conhecido da abertura de "Friends" ecoa.

— Tudo bem, Sadie! Arrumar amizades pode ser nosso próximo passo! — ele grita enquanto eu passo pela porta, revirando os olhos. Eu não preciso de outros amigos. Tenho o Riley, penso.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora