Resgate.

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O barulho que vem do primeiro andar é impossível de ignorar

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O barulho que vem do primeiro andar é impossível de ignorar. Me sento na maca, agradecendo internamente por Alice não ter me prendido novamente.

Espero alguém subir, mas o barulho se concentra lá em baixo. De repente alguém simplesmente abre a porta do banheiro.

— Jacob — murmuro, correndo para abraça-lo. Me sinto segura em seus braços, feliz por alguém confiável. Como eu sei que ele é confiável? Eu apenas sinto. Novamente.

— Você está bem? — ele me afasta, conferindo meu corpo inteiro em busca de ferimentos.

— Eu acho que sim — respondo, nervosa — você veio me salvar?

— Claro. Eu nunca a deixaria aqui, Sarah — nossos olhares se cruzam e acho que agora seria um bom momento para nos beijamos, se estivéssemos em um filme. Mas isso é vida real e não existe tempo para romances fora de hora. Jacob parece ouvir algo, já que bufa e pega a maca, jogando contra a parede de vidro, que se quebra.

Fico chocada encarando a cena.

— Você — gaguejo — tem um plano, não é?

— Algo assim — ele então me pega no colo — você vai ter que confiar em mim, tudo bem?

Assinto, fechando os olhos com força. Ele me segura firme e corre, se jogando no vazio. Sinto o impacto quando chegamos no chão, mas não me machuco. Desisto de perguntar ao quileute sobre isso. Claramente ele não é normal.

— Não da tempo de fugir — Jacob olha para trás por um segundo — corre!

Ele me puxa e vamos em direção a piscina, quando uma explosão  acontece atrás de nós. Sinto várias dores na parte de trás do corpo, me desconcentrado e dificultando que eu prendesse minha respiração. Jacob logo está ao meu lado, me segurando. Percebo que a água ao nosso redor está cheia de entulhos.

Emergimos e eu evito olhar a destruição que a mansão ficou. Com ajuda de Jacob saio da piscina. Corremos em direção a floresta, mas ele me para, segurando meus ombros com firmeza.

— O que eu vou fazer agora vai parecer assustador e irreal e horrível, mas preciso que confie em mim — ele diz — você viu a Leah a transformar, não é?  — assinto, estremecendo com a lembrança — eu vou fazer o mesmo agora. Você vai precisar segurar firme no meu eu-lobo, entendeu? Assim chegaremos mais rápido em La Push.

— Tudo bem — murmuro, sem pensar muito. Preciso fazer isso.

Ele assente e vai para trás de uma árvore. Ouço um barulho e um tempo depois um lobo gigante surge, se aproximando calmamente de mim.

— Jacob? — sussurro, me forçando a não fugir.

O animal balança calmamente a cabeça em afirmação. Se abaixa lentamente, deitando no chão. Me aproximo, montando nele. Essa é definitivamente a coisa mais estranha que já fiz na vida. Me agarro a ele, praticamente deitando, segurando bem seu pescoço.

Ele começa a correr velozmente, então eu fecho os olhos. Sinto um pouco de enjôo, então afundo meu rosto no pêlo do lobo, me acalmando.

Ouço algo semelhante a latidos e me arrisco a espiar, vendo mais dois lobos conosco. Torço para os vampiros não aparecerem também.

Eu não sei quanto tempo se passa, mas logo estamos de frente para casa de Emily. Desço do lobo e sou recebida com um forte abraço de Sue. Me permito chorar, deixando sair todo o medo que guardei.

— Calma, minha menina  — ela sussurra, me apertando — eu estou aqui.

— Foi horrível, Sue — soluço — do começo ao fim, foi um pesadelo.

— Você está bem agora, está segura — ela acaricia meu cabelo e me conduz para dentro da casa. Me faz sentar no sofá ao seu lado e Emily vem até nós, me entregando uma xícara de chá. Bebo devagar, tentando acalmar meus batimentos cardíacos.

Jacob chega correndo, me tomando nos braços com urgência. Emily pega a xícara da minha mão, então posso abraçar o quileute melhor.

— O medo que eu senti... — ele sussurra, seu rosto enterrado em meu ombro — eu não sei seria o que seria de mim se algo acontecesse com você.

— Eu sabia que você iria me salvar — sussurro de volta — não sei como, mas eu sabia.

— É o imprintig — ele diz. Travo. A palavra não tem nenhum significado que eu conhecesse, mas revirou algo dentro de mim.

— O que é isso? — me afasto dele, olhando sua face corada.

— Eu não queria te contar assim  — ele respira fundo — mas não tenho outra escolha. Te deixar na ignorância agora seria burrice.

A água quente não traz o relaxamento que eu previ. A tensão está enraizada nos meus músculos, cada parte do meu corpo ainda está em alerta, apesar d'eu estar exausta. Meu corpo e minha mente competem para ver quem está mais esgotado. Parece que tudo sobrecarregou nos últimos dias.

As lendas que Jacob me contou, todas verdadeiras, foram como tapas na cara. Principalmente a parte do laço de amor verdadeiro que eu e Jacob temos. Apesar de sentir essa conexão, é difícil para mim assimilar.

— Sarah, acabar com a água do mundo não vai te ajudar em nada — Leah como sempre é um amor de pessoa — sai logo daí que minha mãe não é sócia da companhia de água.

Reviro os olhos, desligando o chuveiro. Me seco e coloco uma roupa quente e confortável. O clima havia esfriado, parecendo acompanhar meu humor.

Me encaro no espelho por alguns minutos. Meu cabelo parece mais opaco, o castanho antes brilhoso e bem tratado parece um pouco sem vida. Há um pouco de olheiras em baixo dos meus olhos, nada chamativo, mas um pouco preocupante. Minha face está pálida e mal reconheço meus olhos, pareciam sem vida.

Saio do banheiro e vou até o quarto de Seth, me sentando em sua cama. Penteio o cabelo com calma, perdida em pensamentos. O dono do quarto entra, parecendo cansado.

— Jake está lá em baixo — avisa Seth, sorrindo em solidariedade — na verdade, todos estão. Vamos decidir o que vamos fazer sobre... você sabe.

Assinto, me levantando. Está na hora de tentar entender em que tipo de confusão eu me meti.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora