haunted • twilight

Explicações.

— Então — tento recapitular tudo, chocada em como a história é um grande mal entendido com vampiros burros tomando decisões estúpidas — os Cullen são vampiros que estão encrencados com outros vampiros, que roubaram pertences da tal Bella Swan para rastrear seu cheiro. O cheiro do vampiro que roubou as coisas ficou no quarto dela, então, quando Edward sentiu em mim o cheiro de Riley, supôs que eu fosse uma espiã inimiga que queria — faço uma pausa, rindo desacreditada — descobrir as fraquezas dos Cullen para destrui-los. Eles acharam que me sequestrar seria uma boa solução, já que eu, sem motivo aparente para eles, tenho a proteção de vocês, — faço outra pausa — vocês que se transformam em lobos gigantes e detestam vampiros, na verdade, matam eles. E agora eles viram que eu realmente sou inocente e eles cometeram um terrível erro, mas agora é tarde demais porque vocês explodiram a casa deles.

E eu achando que o teste final de química seria a pior parte do meu mês.

— Basicamente, é isso mesmo — Sam aprova.

— Nossa — afundo mais no sofá fofinho de Emily — nem fumando maconha eu teria uma viagem dessas. É tão surreal!

— Sentimos muito por você estar metida com tudo isso — Seth diz, gentil como sempre.

— Olha pelo lado bom, você com certeza agitou as coisas por aqui — Paul sorri com uma animação sombria, o que é algo assustador.

— É, agora temos alguma diversão  — Jared concorda — só patrulhar é entediante.

Esses caras tem um senso de diversão meio deturpado, penso, mas resolvo guardar para mim.

— Acho melhor você ter alguém para te proteger — Sam fala, chamando atenção para si — talvez...

— Leah — o interrompo, todos me olham surpresos. Por que eu não escolheria ela? — eu confiaria minha vida a ela.

Depois dela praticamente me carregar até o carro, lutar com dois vampiros para me salvar e invadir a casa deles, eu com certeza não duvido do empenho dela. Além do bom coração, me acalmando, conversando comigo, fazendo chá.

— Ela não te protegeu muito bem da última vez — zombou Paul. Com isso, ele recebe uma cotovelada de Embry e olhares repreensivos dos outros. Leah não tira os olhos de mim, parecendo surpresa e com um misto de emoções que eu não sei reconhecer.

— Eu posso fazer isso — ela diz, com uma postura confiante — posso te proteger até resolvermos isso.

— Não seria melhor eu? — Jacob se pronuncia, parecendo ansioso.

— Ah, impriting e suas merdas — Leah revira os olhos. Suspiro, tentando colocar minha cabeça no lugar.

— Podemos fazer em turnos — sugiro, não querendo magoar nenhum dos dois — assim não fica algo pesado para ninguém.

— Não é nenhum esforço ficar com você — sinto-me corar, desviando o olhar dele. Os outros abafam a risada, de maneira mal disfarçada.

— E a escola? — pergunto a Sam, tentando desviar o foco.

— Me pegou  — ele suspira.

— É um ambiente lotado — comenta Leah — você disse que quando o sanguessuga te pegou pelo braço, garotos te defenderam, certo? Você só precisa ficar onde tem bastante gente, assim estará segura.

— Mas...

— Eles não são estúpidos de ataca-la em público, cara — Jared corta Jacob, que já ia reclamar.

— Então estamos decididos, por hora — Sam diz, se levantando.

Todos vão se dispersando e eu sento na varanda de Sue, observando uma família passar por mim animada. Invejo sua normalidade. A ignorância é uma bênção nunca fez tanto sentido para mim.