Winchester.

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Eu, mamãe e os Winchester fomos para casa, onde poderíamos conversar sem atrapalhar o cenário fúnebre dos Cullen.

O caminho foi silencioso e cheio de tensão, com mamãe limpando algumas lágrimas ocasionais.

Quando finalmente chegamos, mamãe nos faz esperar no sofá enquanto ela traz bebidas para as visitas.

— Vocês tem ideia do que está acontecendo? — murmuro para os Winchester. Eles trocam olhares entre si.

— Uma ideia, sim — Sam não me olha e parece nervoso.

— Espero estar errado — comenta Dean, com a cara fechada.

— Aqui está — minha mãe entrega a eles cerveja. Faço uma careta. Ela se senta na poltrona oposta a minha.

— Esse suspense está me matando — falo — o que está acontecendo?

Minha mãe dá um longo suspiro, sem me encarar nos olhos.

— Antes da sua tia Karen morrer e seu tio Bobby conhecer o mundo sobrenatural, eu já sabia da sua existência. Houve uma confusão de vampiros na minha escola e um deles me sequestrou. Quem me salvou foi John Winchester, pai deles — ela aponta para Sam e Dean — eu não sabia que ele tinha filhos. Uma família. Na verdade, não sabia nada além dele ser um caçador e ter um péssimo temperamento. Mas eu me apaixonei por ele mesmo assim... — ela balança a cabeça, sorrindo e chorando ao mesmo tempo — e ele por mim. Mas só por um tempo, é claro. John Winchester não mantinha seu coração em um lugar só, não por muito tempo. Ficamos juntos alguns meses, eu até o ajudei em algumas caçadas. Ele era contra, porém mais teimoso que ele, só eu. E eu sempre o vencia — ela ri, mas parece algo vazio — até que ele quis ir embora. E eu descobri que estava grávida. Nós brigamos. Ele disse para eu ficar em segurança e não me meter em confusão... do tipo sobrenatural especialmente. Eu o odiei por não querer ficar e sermos uma família. O ameacei e disse para ficar longe de mim e de você, filha. Mas aquele idiota sempre dava um jeito de ver você ao longo dos anos — ela vai pega seu celular e mexe por uns instantes, me mostrando uma foto. Eu lembro do dia em que foi tirada. Mamãe não poderia me buscar na escola, tia Sofia estava cuidando do Riley que estava doente, então um amigo da mamãe foi me buscar. Ele era legal. Mamãe insistiu para que tirássemos uma foto juntos com a justificativa de que queria provas que eu tinha chegado bem em casa. Tirei com minha câmera e mandei por e-mail para ela. Não acredito que ela manteve a foto.

— O carro — murmuro, ligando os pontos — ele dirigia um Impala.

Dean não diz nada, mas Sam suspira.

— Nesse dia John apareceu na nossa casa e me implorou por um tempo com você. Tudo que eu consegui pensar era dizer que ele era um amigo meu. Eu não queria que vocês passassem muito tempo juntos, então disse a ele que buscá-la na escola, sem revelar quem realmente era e depois iria embora. Ele concordou. Sofia quis me matar por isso.

— Tia Sofia sabia? — não fico muito surpresa. Elas eram como Riley e eu. Inseparáveis.

— Não tudo. Ocultei a parte sobrenatural. Sofi apenas me achava excêntrica — ela sorri nostálgica — mas não questionava sobre desenhos de proteção que eu escondia ou minha insistência em ter um faqueiro de prata. E ela odiava seu pai do mesmo jeito que odiava o pai de Riley.

— É claro — concordo. Não imaginaria outra coisa, mamãe odiava o pai de Riley assim como odiava o meu.

— Depois desse dia eu o vi mais uma vez, um, dois anos atrás. Não me lembro bem. Era Halloween e ele estava resolvendo um caso perto. Disse para eu tomar cuidado com você naquela noite.

— Eu lembro — murmuro, me sentindo estranha. Estive com meu pai duas vezes e o tratei como um cara qualquer. Foi simpática, distante e apressada. Na noite do Halloween queria ir logo para a festa das líderes com Riley. Iríamos com fantasias combinando: Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau (com apenas uma tiara com orelhas falsas e um rabo, porque segundo ele, uma fantasia completa iria atrapalhar sua noite). É tão irônico agora que me faz sorrir.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora