Popular.

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A primeira coisa que reparo quando Jacob me deixa na escola é o silêncio. Parece que todos param para me olhar. Isso me deixa intimidada e chocada por um momento.

Para de ser idiota e anda, garota. A voz de Jennifer ecoa em minha mente, uma ordem distante. Ande como se ainda estivesse sendo cercada pelas torcedoras, penso comigo mesma.

Vou descontraidamente até meu armário, olhando sempre para frente e com uma cara neutra. Quando finalmente chego, suspiro aliviada, tendo uma desculpa para esconder minha cara. Passo mais tempo que o necessário pegando meus livros.

Quando fecho o armário, os olhares ainda estão em mim e o barulho é desconfortável. Quando eles vão arriscar uma aproximação?

Graças aos céus ninguém tentou, bom, talvez aquela fofoqueira, Jessica alguma coisa, tenha tentado. Mas eu simplesmente ignorei o "você e o quileute, hm? O Cullen parece não gostar dele". Fingir que algo não é comigo é minha especialidade.

Quando o intervalo chega, é como um castigo e um presente ao mesmo tempo. Com tanta gente no corredor, é difícil prestar atenção em mim.

— Você é popular agora — Alice Cullen me diz, ficando ao meu lado. Alice fucking Cullen está me dirigindo a palavra. Segundo o pessoal desse fim de mundo os Cullen são praticamente deuses.

— Pensei que eles tivessem superado isso há duas semanas atrás — me recomponho, tentando não parecer uma idiota.

— Estou aqui há anos e eles ainda acham que minha família é uma boa pauta de fofoca — ela sorri — e só porque somos reservados, somos endeusados.

Ela lê mentes?!

— Sim! — concordo, animada por alguém que poderia me entender — na primeira semana todo mundo tentou falar comigo. Quando descobriram que eu fui líder de torcida, eles chegaram a roubar meu número na secretária.

— Nojento — ela faz uma careta, mas Alice é tão bonita que até sua careta é fofa.

— Preocupante — rebato — as pessoas daqui deveriam agitar mais as próprias vidas em vez de fofocar sobre a dos outros.

— Você tirou as palavras da minha boca — ela sorri e estende a mão para mim — Alice Cullen.

— Sarah Singer — nosso aperto é breve, mas reparo que sua mão está gelada demais. Assim como fiz com Leah, prefiro não comentar.

— Legal te conhecer oficialmente — ela é gentil, animada e tem bom papo. É a amiga perfeita.

— Sabe, Alice, ontem eu prometi a mim mesma que faria alguma amizade nesse fim de mundo — comento — seria uma honra começar por você.

Isso parece deixar ela genuinamente feliz. Me pergunto se ela é tão solitária quanto dizem.

— Será um prazer ser sua amiga, Sarah — ela sorri eufórica e eu derreto um pouco. Como pode ser tão adorável?

Andamos em direção ao refeitório, seguindo o fluxo de alunos.

— Quer sentar conosco? Tem espaço na nossa mesa — para quem sempre fica sozinha em uma mesa no canto, com uma bandeja cheia e um livro como companhia, a mudança seria boa. Logo eu, tão acostumada a solidão, até mesmo por opção, agora teria amigos. Olho distraidamente pelo refeitório, mas isso me traz memórias indesejadas.

— Sarah, olha ele, olha ele! — Susan praticamente gritava ao meu lado, apontando para Josh equilibrando sua bandeja com o nariz. Ela ri exageradamente, como se estivesse em um filme e as câmeras estivessem nela. Como se fôssemos famosos e observados.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora