Perseguida.

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O final de semana foi tranquilo. Passei a maior parte do tempo deitada ou comendo, ordens médicas. Fui uma vez ao hospital ver o Dr. Cullen, que me parabenizou pela melhora rápida. Alice me mandou mensagens e me ligou uma vez. Gentil, educada e disposta a passar duas horas conversando sobre Fashion Week.

— Pronta? — Sue me pergunta. Ela faria um entrega de ervas em uma loja de Forks, então me levaria para a escola. Desta vez meu celular tem todos os números possíveis anotados, inclusive do Xerife Swan e do Dr. Cullen.

— Aham — sorrio, entrando no carro. Fico os minutos seguintes torcendo para o povo da escola não me devorar com os olhos.

Sue me deixa na entrada e eu me forço a erguer meu rosto, exibindo uma cara inexpressiva. Todos olham para mim e nem disfarçam ao fofocar. Não sei exatamente em que ponto foi, mas eu estava prestes a bater em um garoto ao meu lado com meu livro de biologia quando Alice chegou me abraçando.

— Fico feliz que esteja bem — ela se separa — nem parece que sofreu um acidente.

— Me sinto ótima — minto. Não é exatamente uma mentira, na verdade. Meu corpo está ótimo. Mas eu não consigo parar de pensar nos últimos acontecimentos.

— Que bom, porque agora temos que apresentar nosso trabalho — ela sorri, pegando meu braço gentilmente. Não sei porque, mas ela parecia sempre ser bem cuidadosa quando me toca, parece mais um roçar suave.

O dia passa como um borrão e até mesmo o almoço foi desanimado. Desta vez a Swan — a qual por algum motivo além da minha compreensão eu não simpatizo — ficou conosco. Mas não disse nada. Nem uma palavra. Parecia absorta em seus pensamentos. Isso faz Edward ficar inquieto, percebi. Já Alice fala por nós todos as vezes.

Quando vi Jacob parado na saída, não hesitei em subir na moto.

— Praia dos turistas? — ele pergunta.

— Claro — murmuro, segurando firme nele.

O tempo com Jacob passou rápido. Mas descobri coisas valiosas: o nome da falecida mãe dele foi Sarah. Ele tem duas irmãs mais velhas. Adora mecânica e sonha em ter sua própria oficina. Ama correr sozinho na floresta.

Também conto sobre mim: nunca conheci meu pai, fui líder de torcida por quase três anos e sempre fui péssima em fazer amizades, apesar de gostar de conversar.

Se pensar bastante no assunto Riley não me adiantou nada, pensei em esquecer. Talvez parasse. Talvez tudo foi minha cabeça pregando peças. Eu me salvei, eu imaginei ele na cozinha, eu fiquei paranóica. É o que o luto faz, mexe com as pessoas.

Então no dia seguinte acordei com uma boa disposição. O dia seria normal e bom, e talvez eu até pudesse visitar Emily. Jacob me ligou e avisou que hoje ele não poderia me buscar, mas pediria a algum dos garotos que fizesse. O que é bem complicado, já que Quil não tem carteira, Embry não tem carro e Seth estaria na escola. Talvez Jared, ele é um dos mais velhos. Paul eu duvido. Sam tem cara de muito ocupado.

Reflito sobre isso a caminho da escola, desta vez com Leah. Ela não parece satisfeita em me dar carona, mas precisaria ir a Seattle de qualquer jeito, segundo ela.

— Boa aula, pirralha — ela diz — qualquer coisa, grite.

— Não é como se você fosse escutar — comento.

— Talvez não eu, mas com certeza alguém — ela aconselha e parece ser sério. Assinto, saindo do carro.

Tento ser simpática com os meus colegas, mesmo eles sendo terrivelmente intrometidos. Sorrio, sorrio e novamente repito que estou bem. Jessica se arrisca a falar comigo novamente, mas é esperta e apenas perguntar se estou bem. Sou gentil desta vez.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora