Alucinações.

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A primeira coisa que noto ao trancar a porta de casa é no retrato na parede. Logo quando se entra na casa há um  retrato, com uma foto de mim, Riley, minha mãe e tia Sofia. Mas desta vez a foto está torta, como se alguém tivesse mexido. Endireito-a e pego o spray de pimenta escondido na sala. Me daria tempo de lutar contra o invasor (caso tivesse um).

— Droga! Esqueci meu celular! — digo alto, abro e fecho a porta novamente, fazendo o mínimo de barulho ao revistar os cômodos da casa. Tudo OK. Nada foi roubado, apenas a foto estava diferente. Mas por que a foto?

Ligo a TV e deixo-a alto para me sentir menos sozinha. Vou organizando tudo, separando o que pretendo levar. Quando vasculho meu guarda-roupa em busca do meu moletom favorito, acabo encontrando a caixa com os pertences de Riley. Lembro de ter deixado-a no fundo, sem forças para vê-la. Me surpreendo por ela estar aberta, já que a deixei lacrada. A primeira coisa que eu vejo é sua jaqueta da faculdade. A vontade de chorar me atinge com força e eu me seguro aquele pedaço de pano como se fosse ele. Ainda tem seu cheiro. Abraço a jaqueta com força, lembrando do seu abraço.

De repente sinto uma mão em meu ombro e o medo toma conta do meu corpo. Fico paralisada, com um soluço entalado na garganta. Paro de respirar.

Então há um invasor.

— Sadie — a voz de Riley diz suavemente. Ela parece diferente, mais superficial, quase perfeita demais.

— Oh, meu Deus. Não — nego com a cabeça, as lágrimas caindo desesperadas pelo meus rosto. Eu estou enlouquecendo. Louca de saudades de Riley — é tão real.

Ele me abraça por trás, mas em um segundo já não o sinto mais. Abro os olhos e olho ao redor. Minha janela está aberta, as cortinas balançando pelo vento. Tudo está silencioso, a não ser pela TV lá em baixo. Quero chorar mais, mas logo preciso voltar a La Push. Guardo a caixa novamente e guardo a jaqueta na minha mala.

Tomo um banho de quase uma hora, exagerando no shampoo e condicionador, já que esse tempo terrível de Forks deixa o meu longo cabelo mais seco que o humor de Paul.

Logo Jacob chega, sua cara está estranha, mas eu não comento.

— Tudo bem? — ele pergunta, ansioso.

— Sim — sorrio, mostrando a mala  —só vou precisar de ajuda com isso.

— Vai se mudar para lá? — ele olha surpreso para a grande mala azul.

— Em minha defesa, quero dizer que: o clima de Forks é imprevisível, preciso de opções — explico, enquanto ele coloca a mala para dentro.

Sento no banco do passageiro e logo ele está ao meu lado, dirigindo menos veloz que na última vez.

— La Push é um pouco mais ameno, você vai gostar  — ele comenta.

— Morar perto da praia deve ser incrível, vou poder fazer corridas matinais na areia — sorrio empolgada.

— Quanta disposição — ele ri.

— Eu gastava muita energia na torcida, quando eu sai, parece que acumulei — dou de ombros.

— Eu sempre fui do tipo mais preguiçoso — ele diz — depois... De algumas coisas, eu fiquei mais ativo. Tenho energia de sobra. Gosto de correr na floresta.

— A floresta tem terreno irregular, o que é péssimo para correr — comento — mas boa ideia, qualquer dia desses vou dar uma caminhada.

— Não! — ele até mesmo acelera o carro, fazendo meu coração disparar de susto — desculpa! Deus, desculpa! Sinto muito, não quero te assustar.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora