Protetores.

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— Então, aqui é a famosa La Push? — entrego o capacete para o moreno, olhando em volta distraidamente. Gosto de como é amplo ao redor da casa dele. Se Forks é verde, aqui é mil vezes mais. Parece mais vivo do que lá.

— Famosa? — ele ri. Coloca a moto encostada na varandinha que sua casa possui. Pelo menos eu suponho que seja sua casa.

— Os garotos da escola vivem falando daqui "vamos para La Push, vamos nadar, vamos fazer uma fogueira". — conto.

— Nunca te vi por aqui com ninguém — ele comenta.

— Eu me mudei há pouco tempo — tento não parecer uma esquisita anti social — não fiz amizades ainda. E sinceramente, se você estudasse lá, entenderia minha cautela — sorrio, fazendo ele rir novamente.

— Bom, podemos ir na praia ou conhecer uns amigos meus... Eu prometo, eles são uns idiotas, mas vai gostar deles. E tem a Emily! Você vai adorar a Emily, ela cozinha super bem e é gentil com todo mundo, então vocês com certeza serão amigas... — ele não para de falar, me olhando com expectativa. Parece querer muito me agradar. Eu gosto disso.

— Filho? — uma voz mais rouca e profunda que a do Jacob chama. Um senhor em uma cadeira de rodas abre a porta da casa, olhando para nós surpreso. Ele parece uma versão mais velha de Jacob.

— Pai — Jacob sorri empolgado — essa é Sarah, Sarah esse é meu pai, Billy Black.

O moreno da uma olhada sugestiva para o pai e apesar d'eu não entender nada, sorrio e vou até o senhor, estendendo a mão para ele.

— É um prazer, senhor Black — o aperto é breve. Ele me encara admirado. Jacob não deve trazer muitas garotas em casa.

— O prazer é meu, filha. Me chame de Billy, não sou tão velho — ele sorri bem humorado.

— Ah, é sim — Jacob discorda, recebendo um soquinho do pai. Ele reclama, mas sei que está brincando. Acho a cena fofa, da até vontade de ter um pai.

— Então, Billy... — aproveito minha chance — eu estou fazendo um trabalho sobre a cultura quileute... mas aparentemente o Google não tem as respostas que eu preciso. Pode me ajudar com isso?

— Eu posso! — Jacob se oferece rapidamente, mas Billy ri dele.

— A nossa cultura é extremamente sigilosa, mocinha — ele diz, mais sério — tudo o que te falarmos vai ser apenas a superfície. Ou pelo menos, é isso que você vai usar.

— Sim, senhor! — falo animada — minha mãe viajou e eu estou pensando em ficar aqui por uns tempos, para me aprofundar na vivência pessoal sobre o trabalho. Sabe onde posso me hospedar?

Antes que Jacob pudesse responder por ele novamente, sua expressão muda, olhando para o lado como se tivesse ouvindo algo. O que é impossível, já que estamos em um espaço aberto e o logo após as árvores tomam conta.

— Jake? — seu pai pergunta, cauteloso.

— Sanguessuga. — ele responde entredentes. Parece nervoso.

Arregalo os olhos e subo na varanda, ficando ao lado de Billy. Não aguento nem injeção, quanto mais sanguessuga.

Um uivo me faz pular (o que me constrange, mas tento ignorar isso) de susto e pensar que a diversidade de animais daqui é impressionante.

Mas impressionante mesmo são dois lobos enormes, quase como os animais geneticamente modificados em filmes de ficção científica, avançando em nossa direção. Eles ficam a uma boa distância, mas mesmo assim eu fico assustada — e impressionada.

haunted • twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora