A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Quatro dias antes da Chuva
Bairro dos Lustres
Angela Ashwood dançou o corpo para frente e para trás na frente de seu largo espelho contornado por ouro. Observou o movimento que sua saia bordada obedecia a cada pequeno passo que a garota dava frente ao seu próprio reflexo e depois ajeitou as mangas curtas e cheias da vestimenta.
- Ódio.
Manifestou os sentimentos em um murmúrio que só a própria escutou. O vestido era divinamente bordado em flores brancas e azuis claras e tinha a saia rodada na altura do joelho como a menina havia encomendado, mas algo no jeito que a roupa caia sobre seu corpo não a agradava nem um pouco.
- Pareço uma pastora de ovelhas - Dessa vez reclamou alto, descendo do largo e redondo palanque de madeira que havia comprado para combinar com seu quarto de guardar roupas.
A atenção de Colt Carlile, que era dedicada a uma pequena cópia do livro Cidade de Vidro, permaneceu intacta perante as queixas mimadas da namorada.
- O que achou? - Angela direcionou a pergunta.
- Achei que ficou bonito em você - Respondeu sem tirar os olhos do livro. Usava uma camisa social branca perolada e sapatos da mesma cor, que se contrastavam com sua gravata preta.
- Olhe para mim - Ordenou. As mãos trêmulas.
Colt obedeceu e subiu os olhos, revelando em sua frente a figura loira, brilhante e descalça de Angela a sua frente.
Com seus olhos azuis determinados travados nos olhos cinzas do namorado, a menina afastou uma de suas mangas cheias com a mão, revelando a alça de seu sutiã.
-Angela...? - O garoto sussurrou quase que para si próprio, estranhando a atitude da namorada.
O sutiã rosa claro já estava totalmente exposto e o olhar de Colt hipnotizado quando a menina passou a se aproximar do sofá de couro branco aonde o garoto se encontrava. Dava passos pequenos e resistia manter os olhos presos no mesmo.
Ela enxergava os encontros com Bay como aulas para lidar com a pessoa que verdadeiramente esquentava seu coração de gelo: Colt Carlile.
E Bay era um ótimo professor.
Angela, então, empurrou o livro idiota do colo do namorado e escalou o próprio, se posicionando entre suas duas pernas com os seios protegidos pelo sutiã rosa na altura do rosto pálido do adolescente que levou o olhar hipnotizado a parte exposta da garota de cachos louros.
No lábios sutilmente semi-abertos e na expressão surpresa de Colt Carlile, Angela assimilou uma expressão que lembrava as de Bay Bachmann quando ambos estavam prestes a passar a noite juntos e ele comia seu corpo todo com os olhos e sorria mal-intencionado com os lábios.
