A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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No instante em que Galatia Gray abriu os olhos ela teve a certeza de que havia sonhado com algo lindo.
Ela só não se lembrava do que.
Portanto, levou os dois pés ao chão gelado de seu quarto e caminhou sonolenta até o espelho de sua cabeceira verde limão.
A fisionomia que refletiu em sua frente lhe agradava mais que de costume. Sua pele estava mais corada, graças aos banhos de sol nas férias. Suas olheiras menos perceptíveis, graças à boa noite de sonho. Seus cabelos, considerando que ela havia acabado de acordar, estavam pouco bagunçados.
Graças aos céus.
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- Já vai para escola, Pituquinha? - Gunther, o pai, perguntou, tomando um gole de café em uma caneca aonde lia-se "melhor pai do mundo".
- Já! - Galatia respondeu energética enquanto descia as escadas em sua saia amarela xadrez e camiseta social branca de manga curta - Vou tentar me encontrar com a conselheira escolar antes das aulas.
- Conselheira? - O homem perguntou na tentativa de extender a explicação.
- Quero saber quais atividades extracurriculares vão agregar mais para o meu currículo da faculdade - Galatia abraçou o pai pelas costas antes de recolher uma maçã da fruteira e voltar-se para a porta de entrada - Tchau! Te amo!
E tão rápido quanto apareceu, Galatia desapareceu, deixando para trás apenas um risonho Gunther Gray. O pai ainda tinha dificuldades para acreditar que sua filhinha estava prestes a entrar para uma faculdade e não conseguia não sentir uma melancolia alegre acalentando seu corpo quando era lembrado disso.
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- Ele me chamou para ir na casa dele hoje à noite.
Marina Muller sussurrou nos ouvidos de Galatia Gray assim que Aiden Azura, o garoto do dia do lago, ultrapassou as duas no corredor com uma bola de futebol entre os braços, e mostrou seus dentes branquinhos em um sorriso dedicado a Marina.
- E você vai?!
- Claro que vou! Eu sou tarada nesse boy.
- Sualouca! - Galatia abriu os lábios em um sorriso surpreso pelo atrevimento da melhor amiga - Você vai falar o que para os seus pais?
- Eu não vou falar nada, é você que vai mandar uma mensagem para a minha mãe e pedir para ela deixar eu dormir na sua casa - Marina disse, com uma mão extendendo o seu celular para Galatia e a outra aplicando uma camada de gloss rose nos lábios redondos e carnudos.
- E se ela me ligar e pedir para falar com você igual aquele dia que você fingiu estar lá em casa para ir no cinema com o Steve?
- Aí você fala que eu dormi e não estou acordando nem a socos, que nem você fez no dia que eu fui no cinema com o Steve - A morena explicou, depois inverteu a expressão em nojo ao se lembrar de tal acontecimento - Que fase.
