Capítulo 4: Lobos Que Predam Esquilos

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Cinco dias antes da Chuva

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Cinco dias antes da Chuva

Camadas no Photoshop.

Era esse o conjunto de palavras que fazia com que a cabeça amadora em fotografia de Galatia Gray tilintasse em ódio e desprazer, já que a garota havia dedicado a semana toda para desvendar a tal ferramenta e até o dia presente continuava cometendo erros que comprometiam suas fotos.

Ela era péssima no Photoshop.

- Saco - Reclamou em voz alta quando a foto de seu amigo Leon jogando basquete se dividiu em duas e se escureceu sem explicação nenhuma. Em seguida, Galatia voltou sua atenção para a aba superior da tela de seu notebook e reparou que já eram três e quinze da tarde.

''Não atrasa, Gala! É esse horário que os garotos do time de futebol sempre vão nadar no lago. Se eu perder uma daqueles meninos jogando bola na minha frente EU TE MATO.''

A ameaça de sua melhor amiga Marina Muller ecoou em sua cabeça enquanto a loira sacava sua mochila azul-clara e a preenchia com um conjunto aleatório de biquíni e seu protetor solar.

- Aonde você vai, mocinha? - A voz de Gunther Gray, o pai de Galatia, ecoou do quarto ao lado, aonde o homem e o irmão mais novo de Galatia, Gabriel Gray, jogavam algum jogo de luta.

- Combinei de fazer um piquenique com as meninas no lago Champlain, pai - A garota se justificou, esfregando o pequeno nariz coberto por sardas com as costas das mãos e ajustando a alça da mochila no ombro.

- Posso ir junto!? - Gabriel Gray implorou, se erguendo do chão de seu quarto de súpeto.

- Hoje não, Gabe, mas amanhã posso te levar para o lago. Prometo! - Galatia teve de negar, já que o propósito do piquenique era escutar Marina Muller se derreter pelos rapazes do time de futebol da sua escola.

- Tá bom... - Gabriel aceitou, contrariado.

- Não demore muito! Hoje vai ter lasagna! - Gunther anunciou, antes que a filha beijasse seu rosto e o do irmão e disparasse escada a baixo, com pressa.

˜˜

O caminho para o Lago Champlain era um tanto negligenciado pelo governo da cidade, se é que aquilo pudesse ser considerado um caminho.

A prefeitura desenvolvia há anos um mini-plano de transposição para guiar o lago até as áreas agrícolas da cidade, plano que era dificultado pelos adolescentes que tornaram ali o ponto de encontro principal para festas, reuniões e afins.

Talvez por isso nunca tivessem investido em um caminho propriamente dito para que se chegasse até o lago, levando as moças e rapazes a apelarem para outros métodos para chegar até local.

Naquela época do ano, as gigantes árvores caducifólias decoravam o chão com folhas amarelo-esverdeadas que facilitavam o trabalho dos adolescentes de Bexley. A regra era simples: seguir a rota aonde não houvessem folhas, visto que aquilo significaria que outras pessoas já haviam passado pelo mesmo lugar.

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