A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Dois dias antes da chuva
Ao se descerem duas ruas a partir do Bairro dos Andarilhos, virar na esquerda para o centro da cidade e prosseguir até a esquina do Bairro dos Girassóis, uma construção larga, marrom e branca de quatro andares que preenche todo o lado direito do bloco talvez capture sua atenção.
Se ela não for o suficiente para atrair seu olhar, a porção de adolescentes espalhados no gramado do prédio, com suas jaquetas americanas e bolas de futebol que arremessam um para o outro ao mesmo tempo em que flertam com as líderes de torcida e suas saias amarelas xadrez, pode fazer o trabalho.
E se até isso não lhe apetecer, temos mais coisas para serem vistas, já que nossa cadeia alimentar é bem diversa.
Temos os gamers, que não vão te dar muita moral por que estão ocupados caçando Pokémon em um aplicativo de celular. Os góticos, que apesar de ainda escutarem Green Day e estarem eternamente presos em 2010, tem os cabelos coloridos mais irados da cidade. O clube de dança, que pelo menos uma vez por mês tenta começar um flashmob no recreio com algum música da Beyoncé, sempre falhando miseravelmente. O clube do bolinha, consistido por meninos que não aceitam sua indiferença social e virgindade intactas e passam o tempo incomodando aqueles que têm relevância. E bem... Uma infinidade de personalidades que se eu listar por inteiro, você vai acabar entediado.
Então, se você ainda não se interessou pelo lugar mais mixofílico de Bexley, que é sua escola do ensino médio, eu tenho minha carta final na manga.
A realeza,
Que à essa altura do campeonato você já deve saber quem são e seus nomes de cor e salteado.
- Me deixe aqui - Angela Ashwood ordenou ao motorista, enquanto com as unhas pintadas de branco ajustava o cadarço de um de seus Oxford. Ao seu lado, no banco de trás da Mercedes-Benz preta, Alexzander, seu pai, repousava em silêncio com uma expressão fria, muito diferente da carismática que incorporara no discurso do dia anterior.
O carro parou na frente da escola, mas antes que Angela pudesse descer dele a voz do prefeito a paralisou por instantes.
- Não ouse me envergonhar mais uma vez em nome da sua futilidade de mulherzinha - Alexzander disse. Seu tom de voz era severo e ameaçador, embora nem tivesse se poupado em tirar os olhos da janela - Você não vai gostar das consequências.
Angela, que não teve coragem de olhar nos olhos do pai, engoliu a seco tentando se livrar do nó em sua garganta e se colocou às pressas para fora do carro.
Ela sabia do que aquilo se tratava.
O pai tinha ficado enfurecido quando ficou sabendo que a filha tinha, propositalmente, derrubado vinho na herdeira dos Pang, afinal, Alexzander, desde o primeiro mandato tentava conseguir investimentos financeiros do pai de Pao, que era dono de um importante frigorífico Chinês, e o escândalo de sua filha definitivamente não somaria pontos com o empresário.
