A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Angela, com o corpo todo tensionado em apreensão, caminhou para dentro de sua casa, escondendo as mãos atrás do corpo. A notícia de que havia beijado Bay Bachmann na escola havia desfilado por todos os ouvidos em Bexley em questão de horas. Não só a notícia, como os vários vídeos gravados por diferentes alunos e angulações.
Por sua própria culpa, também era de conhecimento geral que ela e Bay tinham um caso infiel pelas costas de Colt Carlile, o herdeiro mais novo da segunda família mais ''querida'' da cidade. De forma impulsiva, Angela não havia medido as consequências de sua atitude rebelde, mas a expressão sombria no rosto do pai, que a aguardava na sala de entrada, indicava que ele estava prestes a trazê-la de volta para a realidade.
Só naquele final de tarde, Charles Carlile telefonou para a casa de Alexzander cinco vezes, em busca de explicações. O patriarca dos Carlile estava furioso. Aquilo colocava em jogo a reputação de sua família e o único filho cujo ainda confiava um futuro.
- Você sabe o que vai acontecer agora? - Alexzander questionou de forma insuportavelmente calma. Seu olhar ainda era direcionado para o teto espelhado de sua própria casa, como se olhar para a filha fosse algo repulsivo.
Angela não respondeu.
- Me responda - O prefeito ordenou, se colocando de pé.
A filha sacudiu a cabeça, esfregando as bochechas com força para que seu pai não a visse chorar. Tamanha força que avermelhou um lado de seu rosto, pálido.
- Me responda agora, sua vagabunda! - A fúria tomou conta de sua face de forma brutal, fazendo com que o homem segurasse a filha pelo pescoço em um ímpeto ardiloso. Seus olhos corriam os da filha e os ameaçavam com a frieza de um sociopata.
Angela se desvencilhou, e com as duas mãos no peito do homem o empurrou para longe.
- Se você encostar um dedo em mim de novo. Eu vou até a polícia! - Sua voz era contaminada por lágrimas e uma tremedeira que corria seu corpo todo, sem controle - Se você... Se você me machucar eu vou contar para todo mundo com quem você trai a minha mãe. Ai sim eu quero ver como vai ficar a sua reputação!
- Do que você pensa que está falando? - As mãos de Alexzander também tremiam, mas em cobiça por violência.
- Você pensa que eu não sei!? - A garganta da garota ardia, não suportando seus gritos - Você acha que nunca te vi conversando com outra mulher no telefone?!
- Não sei do que está falando. Você dever estar ficando louca - O homem disse, se afastando, oscilado pela acusação.
- Você sabe, sim. E isso é muito pior do que o que eu fiz... Se você ousar- Se você... Eu vou contar para todo mundo! Entendeu!? - Angela terminou sua ameaça, antes de correr até as escadarias e se trancar na segurança de seu quarto.
Alexzander empurrou os cabelos grisalhos com as costas das mãos grandes, antes de interfonar para a sala de sua governanta e forçar uma voz calma e precisa.
