A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Existem momentos na vida em que um segundo insiste em demorar um milhão de anos. Existem anos na vida em que insistem em se passar por minutos. Existem dias que teimam em correr ao piscar de um olho.
E é tudo uma questão de perspectiva.
Galatia Gray piscou algumas vezes na tentativa de voltar no tempo e pedir encarecidamente para que os pais, ou seja lá quem, que tivesse derrubado Bay Bachmann de cabeça no chão, tomasse mais cuidado com o bebê, para que ele não crescesse mentalmente desafiado e tomasse decisões como a que tinha acabado de tomar.
A expressão de Colt era meio misteriosa. Uma pitada de descrédito no jeito que suas sobrancelhas se apertavam de forma natural uma contra a outra. Um detalhe avermelhado em suas bochechas, como se ele, embora estivesse curioso e surpreso, soubesse que não tinha nada haver com aquela história. Uma leve abertura em seus lábios, como se seu cérebro estivesse esgotado seu armazenamento de novas informações e agora precisasse expelir explicações pela boca.
- Galatia? Cadê você meu amor?
A voz de Bay ecoou de novo, incentivando novos murmúrios e fofocas.
Galatia sacudiu a cabeça em um lento "não" direcionado para Colt Carlile, antes de traçar seu caminho a passos duros até a sala de jornalismo.
Subiu as escadas com violência enquanto era cercada e invadida por olhares dos corredores.
- Você enlouqueceu?! - Bradou, assim que encontrou Bay ainda frente ao microfone - Bay?!
O ruivo, assustado com a reação de Galatia, sorriu amarelo para os integrantes do Jornal e fechou a porta atrás de si para que ficasse sozinho com a garota no estreito corredor azul marinho do segundo andar.
- Eu sei que parece loucura, mas agora eu descriminei meu nome e não precisei dar problema para a Angela! - Justificou-se.
- Você é burro, Bay? - O menino soltou um pequeno "Ouch" com o adjetivo de Galatia, mas ela prosseguiu - Mesmo que você estivesse indo na minha casa me ver isso não te deixa meio culpado! Eu moro a quatro quadras dali! Sabe o que justifica você estar na frente da casa da Pao de madrugada andando a pé?! Eu vou te falar o que: Você estar dormindo com a Angela Ashwood. Isso justifica!
- Fale baixo, pelo amor de deus, garotinha! - Ele implorou arregalando seus olhos amarelos e os levando até a escadaria próxima, aonde um grupo de alunos lanchava.
- Você não pensou nem em me contar essa sua idéia antes?! Agora todo mundo acha que eu já dormi com você! A escola inteira, Bay! - Galatia pouco se reconheceu no tom furioso com o qual dialogava, mas estava gostando de conhecer sua persona raivosa e sincera.
