A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Galatia Gray se desprendeu de seu adormecimento como se tivesse acabado de fechar os olhos.
A noite toda tinha dançado ao seu redor de forma lenta e torturante, e a loira não conseguia ver chegar o começo da manhã que cessaria sua ansiedade. Tudo por culpa do famigerado baile de máscaras, que se ofereceu como palco para eventos aterrorizantes que fizeram novas dúvidas se juntarem às dúvidas antigas de Galatia e a entorpecerem com novos medos.
Para começar, o menino que estava saindo com sua melhor amiga - Aiden Azura - estava, nesse exato momento, no hospital de Burlington em um coma induzido por alguma toxina que alguém, responsável por aquilo, queria dentro de Galatia.
Em segundo lugar, a pessoa que envenenou sua bebida - que possivelmente era a mesma que esfaqueou Camille Carlile e assassinou Pao-Tsu Pang - continuava à solta. Fator que contribuiu para a noite passada em claro de Gisele e Gunther, que contataram a polícia no instante em que a filha mais velha detalhou o que havia acontecido na festa.
Por isso, assim que caminhou até sua janela com vista para a parte frontal de sua casinha verde-limão, não ficou surpresa pelas duas viaturas estacionadas em frente à sua casa - já que parte dos oficiais tinham escoltado sua casa na madrugada na esperança de pegar o criminoso - mas sim com a figura de uma mulher e dois homens uniformizados de terno e microfones profissionais no ouvido. A maneira com que alguns dos policiais vigilantes observavam o trio indiciou a Galatia que nem eles sabiam de quem aquelas três pessoas se tratavam.
A garota, então, enfiou os dois pés em pantufas coordenadas e os cabelos em um scrunchie antes de disparar-se para a porta de entrada.
- Srta. Galatia Gray? - A mulher do meio, que era a menor em estatura mas a de postura mais consistente, questionou, assim que a porta se abriu e Galatia deu de cara com o trio. Ela tinha olhos cor betume determinados e os cabelos de mesma cor presos em um coque desprovido de qualquer cabelo arrepiado ou defeito.
- Eu...? - Seus olhos inchados pelo sono se arregalaram ao notar que os três portavam armas.
- Prazer, Srta. Me chamo Martha, e esses são Bucky e Mario- A mulher afirmou, apontando os outros dois homens com as mãos - Nós fomos contratados para realizar a sua SSP.
- SSP...? - Perguntou, antes de dar uma olhada para trás em busca dos pais, que não tinham lhe dito nada à respeito desse tal SSP em meio a todo o discurso preocupado da noite anterior.
-Segurança Pessoal Privada - Respondeu de automático como se tivesse previsto a pergunta de Galatia - Nós vamos te acompanhar a partir de hoje. Preciso que preencha esse formulário a respeito dos seus afazeres costumeiros para nós traçarmos as rotas mais seguras na cidade e dentro da sua escola.
- Hm... Eu acho que vocês estão me confundindo com outra pessoa...?
- Não, Srta. O Sr. Carlile deixou bem claro de quem a senhorita se tratava - A tal Martha abriu um sorrisinho confiante como se já estivesse esperando essa reação. Reação tal qual era bem palpável pelos lábios semi-abertos e o rosto entortado em dúvida de Galatia.
