A cidade de Bexley esconde verdades de seus cidadãos que a própria verdade desconhece. Isso, até que um suposto suicídio força tais segredos a sairem das sombras para o bem da população não tão pacata desse misterioso município de Vermont. Consequen...
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Quarta, 18:00
Galatia balançou os pés apoiados no sofá, enquanto os cabelos se esparramavam ao lado da cabeça, no chão. Ao seu lado, Gabriel jogava vídeo game de forma descontraída.
Ao observá-lo de cabeça para baixo Galatia, leu tensão em sua linguagem corporal.
Sabia por que estava tenso: Assim como ela o rapazinho não compreendia por que coisas ruins tinham voltado a acontecer justo agora que ele tinha voltado para a cidade.
Gabriel tinha sem dúvida crescido mais alguns generosos centímetros, e sua voz agora se alternava entre o agudo e o mais grave, resultado da puberdade.
Antes que pudesse o tirar do transe do vídeo game e puxar algum assunto trivial, o som reconhecível de um carro se estacionando na porta da residência fez a menina descer as pernas do sofá e correr até o gramado.
Colt levou um dos pés até o asfalto e andou ao redor do carro para que pudesse abrir a porta de passageiros do outro lado.
O rapaz vestia uma jaqueta de couro sob uma camiseta branca e um par de tênis casuais que combinavam com sua calça jeans. Galatia Gray não resistiu em travar alguns instantes para observá-lo daquele jeito.
Era com certeza uma cena incomum.
- O que vamos aprontar? - Questionou, com a certeza de que Colt não tinha vestido aquela jaqueta de couro para se sentar no telhado e discutir teorias.
- Vamos invadir um escritório. Preciso descobrir o nome de uma clínica de reabilitação - Disse, propositalmente misterioso, fazendo Galatia arquear uma das sobrancelhas, confusa.
- Vamos estar de volta antes das dez? Meus pais não vão deixar eu passar desse horário por nada nesse mundo.
- Se tudo for como planejado vamos estar aqui antes das nove - Garantiu.
Os dois trocaram um pequeno sorriso engraçado, enfatuados pela travessura.
Galatia jamais seria capaz de dizer não para aqueles dois astros cinzas e aquela sombra de barba espalhada pelo maxilar firme do garoto.
- De quem é o escritório? - Perguntou só por pura curiosidade, já que já estava acomodada dentro do carro.
- Do meu pai - Se resumiu, mais uma vez apelando para a áurea misteriosa que parecia seduzir a menina sentada ao seu lado.
Embora Charles Carlile tivesse um pequeno e elegante escritório no centro da cidade de Bexley, tinha mais um em Burlington - A cidade vizinha - que era a maior sede em seu nome e onde costumava passar a maioria da semana.
