MILUDIR

O Sequestro

Mirtes sai da igreja começa a andar na rua em direção a sua casa, porém no caminho encontra Robério.

- Robério que coincidência te encontrar, queria saber se pode fazer um favorzinho para mim?

- E lá vem, olha dona Mirtes a senhora nunca nem falou comigo o que quer agora?

- Eu pago bem!

- Está certo, mas qual seria o serviço?

- Um sequestro.

- Eu vou cobrar um pouco caro porque não estou acostumado fazer esses tipos de serviços.

- R$ 3000,00 

- Eu vou sequestrar um cachorro é? 5500 reais e não se fala mais nisso.

- Meu Deus isso é um roubo, mais como estou precisando muito do serviço eu pago a quantia.

- E quem será a minha vítima?

- A bruxa da cidade!

- Vai ser fácil, depois que eu a sequestrar, eu levo ela para onde?

- Isso você decide mais ela não vai ficar mantida muito tempo no cativeiro é só para dar um susto!

- Entendi pode deixar eu vou deixá-la com medo!

- E mais uma coisa em hipótese alguma não deixa ela descobrir que é você por trás disso e o sequestro tem que ser hoje.

- Está bem depois que eu concluir o serviço pra a madame passo na sua casa para pegar o pagamento.

Enquanto isso na Cristalina Milu se despede do namorado e decide fechar a loja mais cedo, mas nesse momento é atacada por trás e desmaia.

Milu acorda com uma forte dor de cabeça, ela tenta abrir os olhos, mais percebe que está vendada e também amarrada e diz:

- Oi tem alguém aí? O que está acontecendo e o que querem comigo?

Robério disfarça a a voz e fala no ouvido dela:

- Calma logo você vai saber!

Milu sente um arrepio percorrer seu corpo, ela nunca tinha sentido tanto medo como nesse momento e tenta manter a calma:

- Por favor me deixe ir embora!

- Para quê? Você mal chegou- dizendo isso Robério passa os dedos nos lábios de Milu.

-SOCORRO!

- Pode gritar ninguém vai te ouvir!

Robério esquece de disfarçar a voz e Milu a reconhece:

- Essa voz só pode ser sua, Robério!

- Robério, você está se confundindo, é melhor ficar calada por que senão eu mato você! Eu vou sair, você fica quieta aqui.

Milu fica pensando em Jurandir se ele sentiria sua falta, ela esperava que sentisse logo e procurasse por ela, lembrando que ele havia lhe dito que jamais a abandonaria e ela espera que isso fosse verdade.

- Pela amor de Deus me deixa ir! O que eu fiz para você?

- Não devia falar sobre isso, a dona tem inimigos e agora está pagando o preço por suas profecias e mentiras.

- Agora estou entendendo, a única pessoa capaz de me fazer mal é a Mirtes. Foi ela? Quanto ela te pagou?

- Trate de ficar boazinha, agora vou pegar alguma coisa pra você comer e beber!

Naquela sala sozinha tudo parecia apavorante, o cheiro de coisas guardadas, a impressão de nunca mais sair dali, tudo acontecendo justamente quando Milu achou que finalmente sua vida estava em perfeita harmonia com seus desejos, era muito injusto essa situação, ainda mais porque o que teria feito para ser sequestrada? Seu sequestrador não voltava e ela só pensava em uma maneira de se soltar e fugir.

Robério vai pegar seu pagamento na casa de Mirtes e já a encontra a sua espera na porta juntamente com o envelope que está cheio de grana. E ele fala:

- A madame não faltou com a palavra e pelo visto  nem eu também, estou cumprindo a minha, o que faço agora com a feiticeira?

- Aguarde meu sinal que eu entro em contato com você! Trate de dar um susto daqueles ouviu?

- A madame quer que eu use violência? Isso eu não faço, mas outra coisa quem sabe?

- Me poupe desses detalhes faça o que tem que ser feito!