Alone

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Minha mãe costumava dizer que momentos tristes são passageiros, que depois de um tempo, você ergue a cabeça e continua vivendo a vida. Mas como posso continuar, se estou quebrada por dentro.

A dor, as lágrimas, o luto... era demais para mim, ainda tentava compreender o que o Sr. Osborne me dissera, ou melhor, aceitava. Viktor galopava a cavalo a mansão Bartholy, estava abraçada a ele quando vi o portão a frente ser aberto por Joseph. O mordomo procurava algum vestígio meu, esticou a cabeça me procurando... até que viu meus bracinhos ao redor da cintura larga de Viktor, estava de cabeça baixa não quis olha-lo, mais pude perceber seu alívio ao ver o patrão acompanhado.

-Ainda bem... -Suspirou Joseph esbouçando um sorriso.

-Leve Mary para fazer uma limpeza na mansão Osborne... Não quero que certos assuntos saíam no jornal de amanhã. - Viktor responde autoritário como sempre, o criado confirma com a cabeça sem entender, vendo o chefe passar pelo portão.

Viktor me guiou a porta principal, Mary andava de um lado para o outro próxima a escada, com certeza nos esperando. Assim que ouviu a porta se abrindo correu ao nosso encontro, se agachou para ficar a minha altura e pousou uma de suas mãos no meu rosto, depois de avaliar se meu corpo tinha algum ferimento.

-Are you OK? - Sorriu fraco me observando, apenas concordei com a cabeça. Meus olhos denunciaram os minutos de tristeza até chegar a mansão, Mary percebeu de imediato minha agonia. Mais antes que ela pudesse falar, sorri meio tristonha e me dirigi ao corredor.

A criada se ergueu no mesmo instante, deu um passo à frente com o intuito de me seguir para conversar sobre o assunto, mais Viktor segurou seu braço impedindo-a de continuar.

-Ela precisa ficar um pouco sozinha. -Viktor me observa dobrar o corredor, sumido do seu campo de visão.

Estava no jardim dos fundos, lembrando dos dias em que minha vida era alegre em família... as histórias de dormir que meu pai contava, a brincadeira de esconde-esconde com a Melane e os beijos de boa noite da mamãe. Momentos que nunca mais viverei. A brisa sopra meus cabelos castanhos e o perfume das rosas me envolve, ouso passos atrás de mim mais não me importei em virar, sabia muito bem quem era.

Por alguns segundos o silêncio reinou, pela primeira vez me senti perdida... sem rumo. A morte da minha mãe seria uma culpa que carregaria para sempre e nunca me perdoaria por ela ter pagado o preço. Com a própria vida.

A grama era refrescante assim como a brisa, abracei minhas pernas observando a farta árvore repleta de maçãs vermelhas, com seu rastro de frutas no chão. De relance, lembrei-me das risadas perto da lareira quando o inverno chegava, e da bela torta de maçã que a mamãe preparava juntamente com a vovó. Deixei uma lágrima solitária escorrer quando fechei os olhos e os abri novamente, então era isso... estava sozinha.

- Estou sozinha agora.... Todos se foram ou não se importam mais comigo. Sou a definição de monstro para minha família. - Falo quebrando o silêncio.

-Please, do not say that. -Viktor pede cabisbaixo, se manteve ao meu lado com as mãos dentro do bolso, mais antes de falar... suspirou e sentou ao meu lado. -Whatever happens ... As long as I exist, you'll never be alone. .

Com um só movimento apoio a cabeça em seu ombro, ele foi o único gentil comigo... me protegeu e estendeu a mão quando todos viraram as costas. Sempre li histórias onde vampiros eram vistos apenas como monstros sanguessugas, sobrenaturais sem misericórdia.

Mais Viktor Bartholy é diferente... pelo menos, era o que eu pensava. Coloco a mão na boca sentindo uma desconfortável dor de garganta, tusso uma vez e depois outra... Viktor se vira para meu lado vendo minhas mãos sujas de sangue. Eu queria falar algo, mais não pude, não tinha forças. Só me dei conta com a tontura eminente e a dor no corpo, apenas desmaiei. Tendo como última lembrança, os olhos carmim de Viktor.

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Notas da autora:

o que acharam desse capitulo?

Notas finais:

  (Alone-->Sozinha)

Você esta bem?--> Are you ok?


Por favor, não fale isso.-->Please do not say that. 

Aconteça o que acontecer... enquanto eu existir, você nunca estará só->As long as I exist, you'll never be alone  

(Viktor Bartholy) -Promessas sangrentas.Onde histórias criam vida. Descubra agora