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Estava sentada em uma poltrona próxima a lareira na sala, quando senti um arrepio percorrer meu corpo pela influência gélida da brisa noturna. A noite tinha finalmente chegado, os meninos saíram para caçar... Que por circunstância, teria me deixado bastante tranquila por Drogo ter ido. Seu humor mudara drasticamente para insuportável ao força-lo caçar floresta a dentro.
Quis rir com todo aquele drama, esbocei um sorriso largo lembrando-me de toda baderna a trinta minutos atrás.
"-Drogo consegue ser bem relutante quando quer, um vampiro em transição bastante irritante... cheio de opiniões, uma coisinha de nada comparado a outros sobrenaturais. –Pensei negando com a cabeça, afastando pensamentos tão banais.
Virei mais uma página do livro que estava nas mãos, cruzei as pernas lendo atenciosamente cada palavra. Depois que terminei de ler o pequeno parágrafo do capitulo, me levantei indo a pequena estante, guardando o mesmo no lugar onde encontrei. No entanto, minha mão permaneceu lá, ao passo que minha respiração parou no meio do caminho. Ele estava ali, era fácil senti-lo, como se estivesse induzindo a própria áurea para que eu o percebesse.
De repente, não me achei tão prepara quanto achei que estaria para aquele momento. Temi não saber lhe dar com o que pudesse acontecer se eu virasse, temi por todas as opções possíveis que bombardeavam minha cabeça naquele estante. Ainda tinha a alternativa de sumir ao adentrar em um corredor ali perto, ele com certeza não insistiria, mais essa opção parecia tão distante e impossível. Não podia negar que cada parte minha queria muito voltar a vê-lo, mais a outra metade, insistia em manter minhas pernas congeladas onde estavam.
"-Droga! –Gritei mentalmente."
Uma hora isso teria que acontecer. Uma hora eu teria eu me virar. Se não fosse hoje, amanhã ou depois, mas aconteceria. Não podia negar lidar com isso para sempre.
- Você cresceu bastante... –A voz de Viktor ecoou pela sala, um frio na barriga me passou ao reconhecer quem era. -My little. –Ele complementa.
Girei os pés devagar, comandando meu corpo em um só eixo. O encontrei apoiado em um pilar de mármore, sob a luz fraca de um candelabro... escondido nas sombras, olhando-me impassível. Viktor parecia cansado, mais continuava tão atraente quanto a última vez que nos encontramos.
Pele pálida e cabelo longo, não aparentava bagunça pela correria do trabalho o dia inteiro. Em vez disso, parecia elegante e apresentável, mostrara uma certa confiança e sofisticação expondo suas expressões mais sutis. O resto do corpo era agasalhado com um sobretudo de couro que caia até os joelhos, calças formais e o velho broche que havia lhe dado em Nova Orleans, tudo estava em negro... Exceto pela camisa branca de manga. Aparentemente, nem um pouco incomodado com o frio ao contrário de mim. De praxe o olhei uma segunda vez gravando cada traço seu, só para evitar seu olhar, que velava o ávido do meu com bastante paciência.
Eu não sabia por onde começar, não sabia o que falar. Quer dizer... foram cinco anos afinal, se comunicando por cartas que raramente respondia, e desde o início da viagem estava nervosa. Nervosa para o reencontro.
Respirei fundo. Foi tudo o que consegui fazer em primeiro lugar.
Parecia ridículo, e talvez fosse. Mais se havia algo que Viktor temia a essa altura da vida... esse algo, era os olhos de Rosalie Morgan.
–Espero que meus filhos não tenham causado problemas logo de cara. –Viktor cortou o silencio desviando o olhar, aproximando-se.
-Você fala como se fossem crianças sem disciplina... –Sorriu de lado, voltando-me a sentar na poltrona. –Não se preocupe, são bastante hospitaleiros.
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(Viktor Bartholy) -Promessas sangrentas.
Vampire"O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui." Da famosa peça (A Tempestade), quando Shakespeare disse isso ele certamente não sabia o que eu sei sobre demônios. Afinal, sei que vivo rodeada de seres sobrenaturais com integridade, honra e ve...