Capitulo 17- A proposta

10 3 0
                                    

_ Mia? Alô? Mia?

_ Sim, é Mia. Quem fala?

_ Mia meu amor, é Max. Preciso de você agora na Shadows. Você e Marie.

_ Sinto muito, tô na praia, correndo. Max, são 6 horas da manhã!

_ Geribá?

_ Sim.

_ Tô mandando um carro te pegar na entrada do Beach. Agora!

_ Tá de palhaçada. Vou nada!

_ Mia, você não sabe a repercução que teve o video que mandamos para os sócios ontem.

_ Não estou interessada Max.

_ Nem para saber o que é?

_ Max, você me conheceu ontem e já quer mandar em mim? Não querendo ser grossa, mas, vai procurar tua turma?

_ Almoçar. Pronto, almoça comigo? Aqui na Shadows. Mando o carro te pegar em casa.

_ Max, eu sei dirigir e sei onde fica a Shadows. Meio dia estarei aí.

_ Legal. Obrigada Mia.

_ Promete uma coisa?

_ Tudo que você pedir.

_ Nada que exponha minha imagem. Sou uma escritora, não dançarina.

_ Pois eu acho que você tem tudo para ser uma. Espera ver a proposta dos sócios.

_ Meio dia chego aí.

_ Mia estamos falando de contratos milionários internacionais.

_ Max, qual é a parte do não estou interessada que você não entendeu?

_ Você come frutos do mar?

_ Adoro.

_ Vou caprichar.

_ Quero ver.

Jamais voltaria aos palcos, a experiência me quebrou, não quero mais isso para minha vida!

Caminhei mais duas vezes a extensão da praia tentando desligar das imagens que me vinham do tempo em que eu e Heitor éramos perseguidos por paparazzi o tempo inteiro.

Fama?

Quero distância!

Custou muito caro conquistar a liberdade e a paz que tenho hoje.

Em casa coloco um shortinho desfiado e uma camiseta.

Passo protetor solar mas não consigo achar o chapéu.

Odeio sair ao sol neste horário.

Queima demais.

Fico logo vermelha e ardida.

O estacionamento está cheio de Amarok, BMW e SUV.

Estaciono ao lado de uma Harley e saio fugida do sol.

Um homem muito ameaçador abre a porta assim que chego a entrada sem nem perguntar nada.

Nem sei para onde me dirigir.

Sem ter opção, me encaminho para onde fica a pista de dança.

Um rapaz de jeans e camisa social preta vem e me convida para acompanha-lo.

Descemos uma rampa lateral atrás da pista até uma porta pesada de Carvalho onde, de uma mesa enorme me olham 11 homens de terno e gravata.

Parecia reunião de mafiosos.

Subo nas tamancas ( mas tô de havaiana lilás) e fulmino Max com meu olhar número 81 ( o pior de todos, aquele de transformar qualquer coisa em cinzas).

_ Mia, amiga, seja bem vinda a nossa reunião!

_ Não sabia que existia máfia no Brasil.

_ Venha, sente aqui na ponta, vou apresentar nossos administradores.

_ Senhores, é um prazer, mas não estou interessada. Até Logo. Passar bem.

_ Estamos em reunião desde as 5 da manhã quando o restante de nós chegou do Rio, só para conhecerem você Mia,- diz uma voz profundamente rouca e sexy de alguém que se encontra de costas para a porta onde me encontro.

_ Então já que me conheceram, prazer, até logo.

_ Mia, eu não queria fazer isso, mas em nome da Ordem eu te convido a sentar nesta mesa.

Arrepiei.

_ Ou?

_ Ou o que?

_ O que acontece se não sentar? Serei torturada no calabouço ? Não sei o que vocês são da Ordem, mas ela nunca foi mafiosa.

_ Por favor, Mia, a voz grave pede.

_ Arthur? O que você faz aqui com estes homens? Traidor!

_ Por favor, escuta?

_ Está bem. Assim o farei.

Sentei na outra ponta em frente a Max e discretamente olhei Arthur do meu lado esquerdo.

Todos os homens me olhavam como se eu fosse um objeto raro.

A claridade da janela com vista para o mar batia totalmente em mim deixando -os boquiabertos.

_ Agora podem fechar a boca e me dizer o que estou fazendo aqui?

_ Precisamos de você Senhora.

_ Para dançar em uma boate? Já estou inativa a 10 anos. Por merecimento, para conhecimento de todos.

_ Sabemos disso, mas precisamos de uma desculpa para te levar a Califórnia para um encontro de hierarquia e depois que vimos o vídeo do flash mob de ontem achamos a desculpa para levarmos você até lá.

_ Não vou.

_ Mia!

_ Nada me fará trocar a liberdade que tenho hoje. Conquistei a duras perdas. O irmão de Heitor aqui presente pode informa-los melhor sobre o assunto.

_ Não queremos forçar nada Senhora.

_ Não estão me convencendo disso. A atitude de vocês poderia me assustar, mas como fui treinada pelos mesmos métodos que vocês foram posso compreender esta atitude. Se pensam que estou com medo estão redondamente enganados.

_ Mia, a única iluminada pela Luz que vem do Leste aqui, neste momento é você!,- falou Arthur.

A lembrança das palavras de Heitor dizendo sempre isso quando me pedia para começar os trabalhos me deu uma dor no coração.
Imediatamente, como se em meu cérebro se formasse um hologramas, reconheci a posição de cada um naquela mesa.

_ Grande e Magestosa Senhora da Luz, seja nosso coração neste momento.

Arrepiei, meus olhos se encheram de lágrimas, o reconhecimento da Grand Mater em mim derrubou todas as barreiras que eu poderia ter.

Minha responsabilidade era muito grande ali.

Onze homens precisavam de uma Mater para os levar à luz.

_ Ok, que Assim Seja. Mas primeiro quero saber tudo, podem começar por quem são vocês. Um por um.

_ Vou mandar servir o almoço. Eu estou com fome, - diz Max pegando o interfone.

UM LUGAR SECRETO Onde histórias criam vida. Descubra agora