Capítulo 18 - Revelações

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_ Eu te odeio Arthur, nunca, mas nunca mais fale comigo.

_ Eu não tenho culpa. Mia, foi sua aura que te identificou perante eles.

_ O que? Minha aura? Para de palhaçada. Conheço essa espécie chamada de executivos pelo cheiro. Eu sabia que não podia confiar em você no momento em que parei na beira da estrada para te ajudar.

_ Estou falando que estou tão por fora como você. Desde que Heitor ficou doente que nos afastamos de tudo. Por favor, não  me odeie.

_ Então me diz o que você faz sentado nesta mesa?

_ Eu sou um dos donos da Shadows. E sócio da rede Privillege.

_ Seu desgraçado, vou te falar. Não se atreva a chegar a um quilômetro de mim.

_ Mas eu moro do outro lado da sua rua!

_ Infelizmente. Mas isso vai mudar. Ou não me chamo Mia.

Assim que os pratos foram tirados da mesa começaram as apresentações.

Era um tal de doutor disso, CEO daquilo que não aguentei e mandei parar.

Nome e função na Ordem.

Era o que interessava para mim. Conta no Banco não valia nada.

Quando chegou na vez do Max ele falou seu nome e se identificou como grande mestre da jurisdição latina americana.

Puta merda. Tô ferrada.

Devia ter sido mais delicada com ele, no mínimo mais educada.

Seu olhar veio para o meu é pude sentir um grande respeito e mais uma vez senti minhas pernas amolecerem.

_ Agora que todos se apresentaram, vou lhes falar de Mia.

_ Eu te proibo Arthur! Não preciso que ninguém fale por mim. Sou Mia. Maria Isabel Almeida, escritora. Apenas isso.

_ Mia é a única Artesã viva, - diz Arthur baixinho.

_ Por favor cala a boca!

_ Sério?  E por que você está se escondendo aqui neste lugar Mia?

Ara. O sangue me subiu às bochechas. Agora foi a gota d'água que faltava.

Levantei da minha cadeira, respirei fundo, e soltei:

_ Porque quando se alcança este grau de conhecimento aprendemos que não são títulos que nos fazem melhores e sim atitudes. O grande trabalho de um artesão é ensinar seu ofício, nada mais. Vim aqui por causa da dança, fui enganada. Na minha vida mando eu. Agora se não precisam mais de mim vou embora. Adeus.

Onze homens calados, abobalhados me olhavam como se eu fosse uma aparição do capeta.

_ A humildade está no Ser enquanto humano, não no ter nem no Poder.

_ " Esta é a minha Deusa!"

Virei as costas, peguei meu Cruise e voltei até em casa.

Arrumei as malas, botei um baita regatone a todo volume e fugi para o Rio.

Ah, e desliguei o celular.

Homem nenhum ia me tirar a paz do coração.

Mestre ou CEO, tudo farinha do mesmo saco.

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