Capítulo 21- O Baile

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Peguei o vestido na costureira e passei no Posto de gasolina para abastecer.

Junto comigo chegou uma Amarok lindíssima e dela desce um armário moreno, cabelo preto liso comprido e pede ao atendente se tem café.

Ao me ver dá aquela filmada característica dos homens donos de sua própria vida.

- Quer fotografar?

- Não, quero o original. De preferência na minha cama.

_ " Dá mole Mia, por favor, carente, precisada! PELO MENOS UMA CASQUINHA"

Olhei bem dentro de seus olhos negros e vi uma faísca, e um sorriso matreiro se armou naqueles lábios sensuais.

_ Posso me servir?

_ De tudo.

_ No momento só quero café.

_ Está sem açúcar.

_ Sou doce suficiente. Gosto puro, sem nada mesmo.

Dei uma filmada no moço e meio que parei no meio do caminho.

Bem armado estava o que vi, e não consegui disfarçar o rubor.

Droga, como posso paquerar se fico vermelha?

_ A calça é Lewis.

_ Percebi pela armação do tecido.

_ Profunda conhecedora?

_ De jeans.

_ Dá para notar. Hoje tenho compromisso, mas se me der seu telefone podemos jantar amanhã.

_ Ok, me dá seu celular

_ Primeiro seu nome.

_ Mia

_ Diz

Falei o número e ele discou, o sabido.

Pela janela aberta se ouviu o toque do meu que tinha deixado no banco do passageiro.

_ Pronto, já não nos perdemos mais, Mia. Sou Hecktor!

_ Ah, fala sério!

_ Herdei de meu avô.

_ E ele era da Transilvânia por acaso?

_ Não, Emirados. Que altura você tem Mia?

_ Por que todo mundo pergunta isso?

_ Porque você é única. Vou comprar um espelho para você se ver.

_ Não posso, sou bruxa.

_ Ai não me aguento. Boa ou má?

_ Dá pior espécie.

_ Não tenho medo. Gosto de adrenalina.

E foi se aproximando devagar com um sorriso carente.

_ " Nossa senhora das calcinhas molhadas, lá se vai mais uma. Beija, beija!"

_ Posso te beijar?

_ Tá demorando muito.

E então o grandão me pega de jeito comendo minha boca tal qual um faminto de rua e eu amoleci.

_ " Put A que pariu! Que beijooooo"

_ Uau, Mia, você é muito gostosa, - falou baixinho com uma voz rouca. Quero você garota!

_ Não posso. Tenho compromisso.

_ Pior que eu também. Até que horas posso te ligar?

_ A hora que quiser.

_ Quanto deu? - perguntei ao atendente.

_ Já está pago. Este posto é da família.

_OK , obrigada então.

_ Até amanhã Mia linda. Não vou te perder.

_ Não vai.

Não sei como consegui chegar em casa.

A cabeleireira já me esperava e fiquei duas horas até ficar pronta com cabelo, unha e maquiagem.

Chamei um Uber Black e fui para o baile.

No carro tocava Alors on danse, do Stromae, e eu já entrei na vibe.

Pedi para o menino aumentar o volume e fui aquecendo para o baile.

Dentro de mim algo muito gostoso vibrava me transformando em adolescente esperando o primeiro encontro.

O grandão mexeu comigo.

Gosto de colaborar nestes eventos beneficentes.

Não sou milionária para dar dinheiro mas todo ano as convidadas solteiras são "leiloadas" e o dinheiro arrecadado vai para as crianças com câncer.

Não sou solteira, mas sempre consigo alguma coisa.

Só precisamos jantar com o ganhador, ou não, se ele também só o fez por caridade.

O salão estava cheio! Os paparazzi e jornalistas a postos.

O menino do Uber desceu e abriu a porta me dando a mão para sair.

Quase fiquei cega com os flashes.

_ Mia, diga alguma coisa para nós!

_ É verdade que está milionária?

_ Mia, a imprensa tá dizendo que você herdou uma fortuna, é verdade?

_ Por que veio sozinha ao baile?

_ Você herdou a Privillege?

Fiquei até tonta com as perguntas e achei melhor não responder.

Que era aquilo de herança milionária?

Privillege?

Eu ein, mais uma invencionice destes jornalistas.

Essas coisas me perturbava profundamente.

Odeio jornalistas e paparazzi.

Desci as escadas do salão do Copacabana Palace e paralisei na metade do caminho.

No fim da escada estava Max e Teo de smoking. Lindos!

Babei. E agora? Será que serei obrigada a ficar com eles?

_ Mia, você está deslumbrante!

_ Amiga, arrasou.

_ Bondade de vocês. Fechem a boca, vai pingar baba no traje!

Para não deixar nenhum dos dois pensando que ia dar mole desci só, mas tive que aturar a presença dos dois a meu lado o tempo todo.

Dancei com Max, depois com Téo, e aproveitei para perguntar se ele sabia que negócio de herança era essa.

_ Mia, você é a única herdeira do Heitor. Você agora é bilionária.

_ O que? Para de brincadeira Téo, isso é maldade.

_ Você está bem? Quer uma bebida? Ficou pálida!

_ Quero. Téo, fala pra mim que é brincadeira.

_ Quando você pegou a Harley ela não estava no seu nome? Pois é, então, Arthur veio para te entregar os papéis para você assinar.

_ Eu vou desmaiar. Me segura Téo, o que vou fazer com isso? Estou enjoada.

_ Vem comigo. Vamos sentar naquele banco da varanda.

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