Capitulo 20 - Arthur

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_ Por favor, queria notícias de Arthur, o rapaz que se acidentou na entrada da ponte ontem.

_ Ainda está em coma induzida devido aos ferimentos.

_ Posso falar com o Dr. Carlos Macedo?

_ Um momentinho por favor, a quem devo anunciar?

_ Mia, mãe da Dra Petra.

_ Ele vai recebê-la dona Mia.
Consultório 3.

_ Dona Mia, como vai? Quanto tempo!

_ Doutor Carlos, meu quase genro, a quanto tempo!

_ Saudade deste abraço de mãe, tem surfado muito? Está com uma cor bonita!

_ Nada filho, nem posso mais tomar sol. Mas não quero tomar seu tempo. Sou amiga de Arthur, o da moto que se acidentou na ponte ontem.

_ Puxa dona Mia, que bom, estávamos preocupados com o paciente, ele chegou com traumatismo craniano e até agora não tinha aparecido nenhum parente.

_ Ele é meu inquilino lá em Búzios e não tem parentes no Brasil. A família é de NY!

_ Uau, mas não precisa se preocupar, amanhã ele já sai do coma induzido. Já drenamos o coágulo e só o mantemos para o organismo se recuperar. Ele está com a perna direita totalmente em carne viva.

_ Nada quebrado?

_ Teve muita sorte, parece que largou a moto em direção ao gramado e conseguiu ir deslizando até uma árvore. O capacete protegeu de um dano maior.

_ Pode receber visitas?

_ Se for a senhora pode.

_ Me leva lá então?

Cheguei na UTI agradecendo aos anjos por não ter sido um acidente grave.

Arthur era forte, logo se recuperaria, mas ao ver seu corpo em carne viva do lado direito, como se tivesse sido esfolado, meu estômago revirou.

Hoje vamos limpa-lo Mia, quando chegou fizemos a tomografia focamos no traumatismo.

_ Precisou cirurgia?

_ Não, só drenamos o hematoma.

_ Perdeu muito sangue?

_ Por incrível que pareça não. Tinha uma ambulância a pouca distância que o atendeu na hora.

Aproximei de sua mão toda esfolada e ainda suja, e a peguei. Estava gelada.

Tentei esquentar e transmitir aquele corpo um pouco do meu calor.

Apesar de estar todo entubado e esfolado, era um magnífico exemplar de homo sapiens.

Mal consegui disfarçar o calor que me provocava sua proximidade.

Afastei uma mecha de seu cabelo empastado ainda de sangue seco e lhe sussurrei:

_ Amanhã eu volto. Fica bom logo.

_ Dr Carlos, gostaria muito que o Sr me ligasse caso aja alteração no Arthur. É um amigo querido.

_ Pode deixar Mia. Ele é muito forte. Qualquer outro estaria todo quebrado.

_ Ele é um Bear.

_ Do Clube?

_ Sim.

_ Poxa preciso bater um papo com este cara.

_ Cuida bem dele. É gente muito boa.

_ Tenho certeza. Vou mandar a enfermeira limpar ele e retirar estes trapos sujos.

_ Amanhã eu volto. Me liga Se houver alguma alteração no quadro

_ Pode deixar.

No retorno fui até a Polícia Rodoviária e pedi para ver a Harley.

Me identifiquei como cunhada do dono, mas qual não foi minha surpresa ao ver que os documentos estavam em meu nome!

_ Se quiser levar te ajudo a colocar na caçamba da camionete. Tirando os arranhões na fuselagem, ela tá inteirinha.

_ Graças a Deus.

_ A senhora só tem que assinar a liberação.

Assinei a papelada, colocamos a Harley na camionete e eu voltei ao Rio.

No caminho liguei no viva voz para o Téo e dei as notícias.

Ele queria vir buscar a moto mas eu não deixei.

Prometeu que assim que pudesse mandava alguém ver o estrago.

Falei que estava em meu nome e que acionaria a seguradora.

Estacionei a camionete na garagem e joguei uma lona por cima.

Depois eu decidiria o que fazer.

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