Inapropriado.

10.9K 1.8K 2.6K
                                    


Não esqueçam de arrastar pra cima pra me dar visualização os que estão vindo do Spirit.
E para todos, votem e comentem bastante!

******************

— Você parece preocupado com alguma coisa, Taehyung. — Meu pai começou enquanto descascava tangerinas com muita paciência. Estávamos na varanda do nosso apartamento, um sofá, uma poltrona e a longa sacada que dava de frente para um rio, haviam casas iluminadas e pessoas que pareciam pequenas, vistas da altura que nós estávamos. Su Mi com sua imensa barriga estava deitada sobre o sofá com a cabeça encostada.

Eu estava sentado em frente a eles, segurando um prato onde meu pai colocava algumas tangerinas já descascadas.

— Bem, não é nada demais.

Meu pai deixou de olhar para as cascas que caiam no balde de lixo perto de seus pés para olhar para mim.

— Mas é alguma coisa. — Ele sorriu levemente. — Alguma coisa com a escola?
Ponderei.

— É que... Eu consegui um professor pra aprender coreano. — Confessei.

Eu não queria magoar Su Mi, e eu sei muito bem que ela é uma pessoa um pouco sensível. Não quero que ela pense que não gosto das lições dela, mas tenho que concordar que com a gravidez e as coisas que ela ainda resolvia no trabalho o tempo ficava curto para que eu conseguisse aprender alguma coisa.

— A Su Mi não está dando conta, não é? — Ele disse num tom de quem já sabia disso. — Eu notei, mas achei que se eu falasse alguma coisa ela ia acabar se ofendendo, e como você não havia dito nada eu apenas esperei para ver o que aconteceria.

É, eu e meu pai nos parecíamos muito.

— Pois é, eu também estava hesitando em falar com ela.

Foram alguns minutos de silêncio até que ele se pronunciasse novamente.

— Taehyung, tem mais alguma coisa preocupando você?

Como eu disse antes, eu e meu pai somos muito parecidos, logo, quando algo acontecia, ele percebia rápido, por mais que eu tentasse esconder, ele sempre sabia.

— Então, pai... — comecei. — Tem um garoto...

— Sempre tem um garoto. — Ele disse divertido.

— Tá, não exagere. — Eu deixei escapar um risinho. — Nem sempre tem um garoto, não sou tão badalado assim.

— Ok, continue.

— Ele é da minha escola, e eu gosto dele... — Eu não ficava nervoso em conversar sobre esses assuntos com meu pai, basicamente nós mantemos uma relação em que conto tudo a ele e ele me conta quase tudo. — E agora ele está trabalhando comigo também.

— E isso não é bom?

— Seria bom se ele gostasse de mim pelo menos como amigo, ou colega de trabalho, acho que até se ele fosse indiferente estaria tudo bem. O problema é que parece que ele não vai muito com a minha cara.

— Entendo. — Ele assentiu e jogou mais cascas na lixeira. — E você tem certeza mesmo que ele não vai muito com a sua cara?

StrawberryOnde histórias criam vida. Descubra agora