Eu não tive a oportunidade de falar com Betty do porquê de eu estar ali em Riverdale. Acho que nem tive como falar, nunca tinha o momento certo. Betty fala que sua vida está um tormento, mas não tem noção do que estou passando.Eu acho que nunca a esqueci, nunca seria capaz, ela foi meu primeiro amor. Acho que isso sempre fica marcado em nossas memórias, mas com ela era diferente. Era como se estivéssemos destinados a ficar juntos, se consigo explicar. Sei que pode parecer fantasia de um adolescente romântico, que se deixa levar pelas emoções, mas é o que sentia. Sinto.
Eu sei que namoro Cheryl, mas acho que é só aquele namoro de fachada. Nunca gostei dela de verdade, não do jeito que gosto de Betty. Nossos pais eram muito amigos, crescemos juntos, mas nunca a amei, não como namorada. Quando vi Betty naquela festa, eu só queria tocá-la, beijá-la... sentia falta de seus beijos, do seu perfume. Uau, como ela ainda conseguia mexer comigo?
Eu pretendia contar a ela sobre o que acontecera comigo. Minha irmã, Jellybean, sofrera um acidente e eu vim para Riverdale para tentar algum tratamento para ela. Estava com perda de memória recente, e Riverdale era o local com um dos melhores hospitais da região. Nesse meio caminho, a vinda dos pais de Cheryl para cá coincidiu com a minha, mais um fardo que tinha que carregar.
Era triste saber que Jelly estava naquelas condições e eu não podia fazer nada para ajudá-la, era como se tudo estivesse desmoronando. Minha mãe simplesmente desapareceu, meu pai sempre está viajando, a única garota que já gostei achava que eu era uma praga e minha irmã estava se esquecendo de quem eu era. Às vezes me pergunto se toda essa dor um dia vai passar, se eu terei felicidade um dia desses. É difícil sair todo dia, fingindo que tudo está bem, quando na verdade nunca estive tão perdido.
Acho que não termino com Cheryl porque não quero me sentir completamente sozinho, já que pelo menos tenho uma namorada, que mesmo não ligando para mim, está ali comigo. Tenho medo de que se eu terminar, a gente não volte a ser amigos, aliás tudo isso começou com uma amizade.
- Ei, olha para a frente cara! - Um ruivo fala quando estava tão distraído em meus pensamentos que nem prestava atenção em onde pisava.
- Desculpa, estava... - Ah não, era o ruivo que estava com a Betty na festa.
- Eu te conheço de algum lugar?
- Sim, lembra daquela festa? Jughead.
- Ah sim, Archie, onde está indo?
- Para a escola, mas antes passei num lugar. - Não queria mencionar que tinha acabado de sair do hospital para ver minha irmã. É claro que isso levantaria uma série de perguntas.
- Posso te dar uma carona, aceita?
- Claro, nunca perco uma oportunidade de não andar. - falo rindo entrando no carro dele.
- Então, o que você e a Betty tem?
- É uma história longa...
- Tudo bem. É ali.Uau, quem é aquela gostosa? - ele disse apontando para Veronica.
- Acho que amiga de Betty, não tenho certeza.
- Falou, cara, vou falar com ela.
- Boa sorte.
Eu sigo pelos corredores da escola, indo em direção do meu armário, evitando qualquer contato, não estava afim de conversar com ninguém. Meu olhar se desvia para Betty, que agora tinha acabado de entrar pelo portão principal do colégio e eu conseguia observar todos a olhando, afinal, ela era como um ímã, um fogo, impossível de fugir. Ao perceber que eu a encarava, Betty desvia o olhar, me fazendo sentir uma dor que nem eu sabia que era capaz de sentir.
Eu sigo pelos corredor, e pressentia algo ruim. Eu jogo um papel que estava jogado na minha mochila no lixo, e ao chegar perto, escuto gemidos vindo de dentro de uma sala. Quem será que era?
Eu vejo que no meu celular havia uma mensagem não lida de Cheryl, escrito "hoje vou demorar chegar em casa". Eu respondo com um ok e quando envio a mensagem, um celular apita dentro da sala. Não podia ser...
Eu abro a maçaneta devagar e quando abro a porta, vejo Cheryl com seus peitos a mostra, e Froy sem camisa, os beijando, fazendo-a soltar gemidos de prazer. Eles parecem nem perceber minha presença e continuam se beijando, com ele massageando suas pernas.
- Cheryl? - Eu falo surpreso. Não acreditava que esse tempo todo ela estava me traindo.
- Jughead... Eu posso explicar! - ela fala colocando a roupa em sua frente.
- Nós acabamos.
Eu saio da sala, a deixando sem palavras, e percebia várias pessoas me encarando. Eu sentia um alívio na consciência de certa forma, mesmo sabendo que isso era errado. Esse dia está sendo uma merda completa e como se não pudesse piorar...
- Alô? - falo ao meu celular tocar.
- Senhor Jones, somos do hospital.
- O que houve? Jelly está bem?
- Ela sofreu uma parada cardíaca, não está reagindo bem aos tratamentos... infelizmente não há nada que possamos fazer por ela.
- Como assim?
- Não há cura. Ela vai perder a memória.
Eu desligo o celular, e não me sentia triste, mas com raiva. Com ódio. Como o universo sempre arruma um jeito de conspirar contra mim? O que eu fiz de tão errado para merecer isso? Parece que estou vivendo no meu próprio inferno e a única pessoa que eu poderia contar, me quer longe. No final eu sempre estou assim, sozinho.
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Ai socorro, tadinho do meu Jug... está sofrendo tanto!
Tudo conspira contra ele, mas espero que dê tudo certo.Espero que estejam gostando, conto com o apoio de vocês!
Com amor, Duda
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𝘿𝙚𝙖𝙧 𝙎𝙩𝙖𝙧𝙨 | 𝘳𝘪𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘭𝘦
RomanceBetty e Jughead se apaixonaram durante uma viagem ainda quando menores e pediram às estrelas para nunca se separarem. Porém, como nem tudo é possível, eles partiram e nunca mais se viram. Anos depois, já no Ensino Médio, eles, por ação ou não d...