A RESSACA

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12:18 do mesmo dia, acordei como se tivesse uma escola de samba na minha cabeça, tudo girava e eu já não tinha mais nada no estomago de tanto que vomitei, prometi a mim mesmo nunca mais beber. Decidi dar um mergulho na piscina pra ver se a ressaca passava, eu ainda não tinha desfeito as malas e não estava achando a sunga, então joguei tudo em cima da cama para procurar, vesti a cueca, peguei uma toalha e desci. Era umas 13:00 quando escutei o interfone tocando, como a piscina era próximo ao portão eu fui direto lá ver quem era.

- Costuma atender todo mundo assim? Disse me olhando de cima a baixo

- Tá fazendo o que aqui Emma?

- Trabalho é pra ser entregue amanhã e fizemos apenas metade, te liguei e você não atendeu, então eu vim.

- Entra aí. – disse enquanto abria o portão

- Ta encarando demais, ta gostando por acaso? – perguntei, ela apenas revirou os olhos e ignorou.

Subimos até o meu quarto, tirei toda roupa de cima da cama e joguei no chão, depois peguei um short e vesti, naquela tarde conseguimos terminar todo o trabalho, mas como eu estava morrendo de fome eu pedi uma pizza e convidei ela para comer, nós fomos até a cozinha, peguei os copos e uma coca que estava na geladeira.

- Você quer um prato? Porque eu pego com a mão mesmo.

- Que nada, vou com a mão também. – disse ela rindo

- Então, não perguntei nada antes, mas como recebeu esse roxo aí no rosto? – Perguntou

- Sabe que eu nem sei? – respondi

O celular dela tocou e ela atendeu, minutos depois disse que precisava ir, ela parecia assustada, mas eu não perguntei o motivo.

Fiquei na cozinha sozinho terminando de comer a pizza, escutei a porta dos fundos se abrindo, ela da entrada direto para a cozinha, quando olhei para lado vejo uma senhora com um vestido florado.

- Oi meu filho. – Disse ela com um sorriso no rosto

- Oi, quem é a senhora?

- Sou a Rosa, trabalho aqui como cuidadora tem quase 7 anos

- Nunca te vi por aqui

- Bom, nem poderia rs, estive de folga por uma semana.

- Eu sou o Jhonatan, mas pode me chamar de Jhon, filho do Dylan.

- Eu já ouvi seu pai falar tanto de você que é como se eu já te conhecesse.

- Bom dona Rosa, foi um prazer. – disse a ela dando um aperto de mão. Ela retribuiu e eu subi para meu quarto.

Era tanta bagunça, comecei a dobrar minhas roupas e guarda-las no guarda roupa, fui terminar já era quase 21:00, peguei meu violão e sentei na pequena varanda que tinha no meu quarto, eu não sabia tocar então apenas fui treinando alguns acordes. Naquela noite me peguei pensando por alguns minutos na Emma, estava curiosa em saber o que teria acontecido para ela sair daquela forma, peguei meu celular e escrevi uma mensagem.

-"O que aconteceu? Está tudo bem?".- melhor não. Apaguei a mensagem e fui até o banheiro tomar meu banho. Terminei e fiquei deitado na cama escutando música.

Na manhã seguinte eu acordei com a Emma me ligando várias vezes, diz ela que é pra garantir que eu não esqueça o trabalho em casa, mas como poderia, são quase 15 folhas me encarando. Procurei uma roupa pra vestir, peguei a cueca e fui tomar um banho. Desci até a cozinha e a mesa estava com um café da manhã que meus olhos até brilharam, comecei comer um pouco de tudo, até que alguém começou me bater de pano de prato.

- Parece até que estava amarrado, sente aí e come direito.- disse a dona Rosa

- Tô com pressa. – respondi com a boca cheia

Ela puxou meu braço e me fez sentar, ela sentou do meu lado e ficou me observando comer, eu agradeci e disse que precisava ir. Peguei a chave do carro e fui para o colégio, não é muito distante da minha casa, mas carro não é pra enfeite. Assim que cheguei na escola eu dei a volta para estacionar, sai do carro e dei de cara com a Emma.

- Cadê?

- Calma gata, ta dentro da mochila. – respondi saindo do carro

- E cadê sua mochila?

Olhei pelo vidro do carro e não encontrei. – Que droga. – pensei

- Vou lá buscar. – Disse enquanto entrava no carro

- Moto é mais rápido, toma. – disse ela enquanto me dava uma chave

- Minha moto é aquela vermelha ali, não demora.

Fui e com uns 7 minutinhos já tinha voltado, deixei a moto no estacionamento e corri para sala. O professor só recolheu o trabalho no final da aula, então não sei o porquê de toda aquela pressa. Por incrível que pareça eu estava me acostumando com aquela rotina.

O INVERNO ( + 18  )Onde histórias criam vida. Descubra agora