A DESPEDIDA

92 13 6
                                    

São 06:25 AM , estamos voltando para casa, me ligaram e disseram que a lápide e o corpo já estavam lá, todo o caminho ambos ficamos em silêncio, ela me acompanhou a cada momento, sempre que precisei de uma mão a Emma estava lá para me oferecer. Sou grato por isso. Entramos na nossa cidade passei por uma floricultura e em seguida fui para o cemitério.

- Filho. - disse meu pai esticando o braço para que eu me aproximasse do caixão.

Não posso descrever em palavras como é ruim todo esse sentimento, me falta palavras e tudo que sei fazer é chorar, choro porque sei que nunca mais vou poder abraça-lá, beija-lá, sentir seu cheiro, mamãe, você se foi tão cedo, eu vou sentir tanta saudade. Me ajoelhei em seu túmulo e coloquei um buquê de girassóis no chão, era a flor que ela mais gostava. Senti alguém me abraçando, era dona Rosa, foi a mesma coisa de ter apertado um botão em mim, comecei chorar na mesma hora. O tempo foi passando e eles foram embora, eu continuei ali, sentado naquele chão onde minha mãe estava enterrada.

Mãe, eu prometo me esforçar em tudo que irei fazer a partir de agora, vou ser um filho que qualquer pai sentiria orgulho, me desculpe mãe, me perdoa. - disse em voz alta enquanto me levantava.

Cheguei em casa e já era 23:12, fui até o meu quarto, liguei o chuveiro e esperei a banheira encher, coloquei uma música e entrei na banheira. A água estava quente, mas não tanto ao ponto de não conseguir entrar, o tempo estava frio, o que acabou se tornando perfeito a combinação, fiquei um tempo ali deitado, vendo o tempo passar, pensando em como seria a minha vida a partir de agora. Quando passou uns 40 minutos eu me vesti e fui até a cozinha comer alguma coisa. Em cima da mesa tinha um bilhete.

"Deixei um lanche para você dentro do microondas. - Rosa"

Meus olhos encheram de água ao ler isso. Fui até o microondas e olhei o que era, era dois pedaços de pizza, então só coloquei para esquentar um pouco. Peguei um refrigerante na geladeira como acompanhamento e fui comer. Depois que terminei eu fui dormir.

Na manhã de segunda-feira eu acordei logo cedo e fui para aula, estacionei e carro e entrei na sala.

- Meus sentimentos. - disse Julie vindo até mim.

- Obrigado.

Fui até a Emma e sentei na sua mesa.

- Não tive a oportunidade de agradecer o que você fez por mim. - disse olhando para ela

- Não precisa agradecer, você faria o mesmo por mim, não é?!

- Sem dúvidas.

- E como você está? - Ela perguntou

- Dizer que estou bem seria mentira. - respondi e fui para minha cadeira.

O dia foi longo, parecia que o tempo não queria passar, eu senti meu corpo amolecer e tudo escurecer.

Ele está acordando

- Você nos deu um susto e tanto. - Escuto a Emma dizer.

Eu abri meus olhos e vi que estavam todos ao meu redor, pelo fato de estar jogado no chão eu já entendi que desmaiei no meu da aula. Eu não ando me alimentando direito e provavelmente foi esse o motivo do desmaio.

- Aqui, coma. - disse o professor me dando uma barra de cereal. Comi e em seguida meu pai chegou para me levar pra casa. Chegando lá eu almocei e deitei no sofá da sala. Acabei dormindo ali mesmo.

O INVERNO ( + 18  )Onde histórias criam vida. Descubra agora