Capítulo Onze

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Depois de quase ter "morrido" eu não consegui dormir mais e Hoseok estava muito agitado pela preocupação por não saber se Yoongi estava bem. Então para passar o tempo, nós conversamos.

Em uma dessas conversas descobri que Jung-Jeon matou muitos homens para conseguir o título de líder de Mors. Ele chegou nesse posto com traições, alianças e muito sangue.

Hoseok sempre esteve do lado dele, mesmo não concordando com muitas das ações de Jeon, Namjoon os deixou bem antes de entrarem lá.

Também descobri que o bando de Jeon não trabalha nem nas minas nem nas cozinhas. Eles apenas ficam relaxados fazendo suas próprias ordens e matando quem não as segue.

Hoseok estava muito curioso sobre como o mundo estava caminhando, falei que não estava muito melhor que Mors, contei sobre as guerras, pobreza, desigualdade; mas também falei sobre as coisas boas, sobre como ainda existiam pessoas que queriam mudar o mundo, fazer dele algo melhor.

Ele estava muito curioso sobre a comida, sempre me perguntando sobre hambúrgueres e costelas assadas. Eu ria de algum comentário bobo que ele soltava sobre a comida, mas logo mudamos de assunto, pois a nossa fome estava tremenda.

Por incrível que pareça ele me falou sobre como era a sua vida antes de ser preso, me contou que vivia rodeado de mulheres e bebidas, e que soubesse que um dia iria parar em Mors, faria tudo diferente.

Conversamos sobre muita coisa, e descobri muitas coisas também, principalmente um lado legal em Hoseok, um que apenas Yoongi conhecia.

- Acordem! Hora de sair! – Escutei a voz de Kai nos chamar. – Jeon os liberou.

A lamparina que nosso "carcereiro" segurava iluminou a cela e vi o quanto Hoseok estava abatido, me levantei sentindo uma vertigem forte e uma grande dor na barriga, não só pela fome, mas pela falta de ir ao banheiro.

Hoseok me pegou e me jogou sobre o ombro me fazendo reclamar de dor. Saímos da cela e ele nem esperou Kai nos guiar e já saiu correndo me fazendo morder os lábios pelos solavancos.

Entramos no pátio e Hoseok subiu as escadas na mesma velocidade que saiu da mina, achei que ele fosse para o último andar, mas ele foi para o quarto de Seokjin. Ele nem bateu na porta e já foi entrando dando de cara com um Yoongi risonho deitado na cama conversando com Seokjin.

- Hoseok! – O maior me colocou no chão e pulei até a minha cama. Me sentei cansado e vi a cena do casal, Hoseok o abraçou apertado e Yoongi circulou suas pernas na sua cintura.

O loiro começou a chorar baixinho e Hoseok o abraçou mais forte, Seokjin deu mais espaço e Hoseok se sentou na beira da cama tentando acalmar um loirinho desesperado.

- Eu já estou aqui, bebê.

Deitei sendo quase vencido pelo sono, mas fui atrapalhado por um Seokjin preocupado.

- Jimin, o seu pé! – Ele quase gritou. Olhei meu pé descalço e quase desmaiei, ele estava do tamanho de uma bola de tênis e muito roxo com sangue seco formando uma crosta sobre a pele.

- Eu só preciso do remédio. – Disse cansado. Pela cara que Seokjin fez não era só do remédio que precisava.

- Eu acho que infeccionou. – Ele se aproximou e rasgou a barra da minha calça. - É uma infecção.

- Eu acho que tenho algo para isso. - Yoongi se voluntariou ainda agarrado como um coala em Hoseok. - Mas acho que vai ter que cortar.

- Cortar?! – Me apavorei.

- Não o pé fora! - Seokjin me acalmou. - Se for uma infecção então tem pus e eu preciso tirar.

Yoongi saiu do colo de Hoseok que olhava meu tornozelo enojado, o loiro tirou um canivete do bolso e entregou para Seokjin que estava acendendo um fósforo.

Aprisionado (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora