Aprisionado (Reescrita)

Capítulo vinte e quatro

Eu mal dormi por causa do turbilhão de pensamentos que invadiam a minha mente, e quando consegui cochilar todos já haviam levantado. Sem me importar muito eu decidi descansar um pouco, eu não iria conseguir lutar se estivesse caindo pelos cantos de sono.

Eu consegui descansar bastante o que me fez acreditar que eu havia dormido por longas horas. Quando acordei os meninos estavam no quarto e não encontrei sinal nenhum do grupo de Jeon; suspirei pesadamente e enfiei a mão de baixo do travesseiro.

Todo o meu corpo gelou quando tudo que encontrei foi o lençol do colchão.

Sumiu! O diário sumiu.

Olhei embaixo da cama, do travesseiro, dentro da fronha mas não encontrei o maldito diário. Eu sentia o suor frio ensopar a minha testa e minhas mãos tremiam.

- Park? – Junghyun me chamou e arqueou uma sobrancelha. – Tá tudo bem?

- S-sim. – afastei a franja que caia no meu olho e tentei mostrar a minha melhor cara. – Só tive um pesadelo.

- Certo. – ele deu de ombros mas senti que ele queria falar mais alguma coisa.

Eu suspirei mais uma vez e engoli em seco. Mas que merda!

Olhei em volta e tentei descobrir se algum dos meninos estava com o diário. Eu não iria perguntar para eles, claro que não.

Tentei encontrar algo em seus rostos, mas todos pareciam normais, nenhum deles demonstrava culpa ou algo do tipo, ou eu não estava prestando atenção para saber. Sentei-me encostado na parede e fiquei encarando o chão perdido em pensamentos e desconfianças.

É impossível o diário ter sumido sozinho e me lembro muito bem de o ter colocado sob meu travesseiro quando Yoongi acordou.

- Jimin? – ergui a cabeça assustado e me deparei com Seokjin. – Nós vamos pegar mais colchões nos quartos aqui do lado, quer ir?

Assenti e o segui. Durante o pequeno trajeto tentei esquecer da existência do diário, ele não me pertencia de qualquer forma.

Mas eu não esqueceria da existência de uma possível saída.

___________

Muito tempo se passou e Chanyeol já estava se recuperando dos ferimentos, ele já havia voltado ao normal; considerando quem ele é. Mesmo assim os gêmeos continuaram no quarto conosco.

Eu estava um pouco paranóico por causa do sumiço do diário, toda vez que eu falava com um dos meninos eu ficava observando cada movimento e Yoongi já veio falar comigo, segundo o loiro eu estava esquisito. Depois disso eu tentei parar.

Por outro lado, a nossa convivência com Junghyun estava até que boa. Ele nos ignorava e nós fazíamos o mesmo. Claro que eu tinha que falar com ele para que pegasse água e comida para que não passássemos fome.

O problema era que com tudo isso de fuga, queda da mina e principalmente a pequena saída de Jeon, muitos dos prisioneiros se acharam no direito de mandar na prisão. Isso causou um problema que Junghyun não poderia resolver sozinho.

Todas as vezes que ele buscava comida eu tinha a esperança de que quando ele voltasse trouxesse notícias boas do paradeiro de Jeon e os outros. Em todas as vezes que Junghyun voltava ele estava de mãos vazias. E nós morrendo de fome e sede.

- Nós vamos ter que sair daqui. – Yoongi estava extremamente cansado. – Nós vamos morrer de fome.

- Você não vai querer ver o que tem nos corredores. – Junghyun respondeu amargo. Ele estava de braços cruzados sentado do lado da porta. – Mors recebeu uma pintura nova. – ele riu sarcástico. – Nunca achei que vermelho fosse combinar com essa merda de lugar.