Aprisionado (Reescrita)

Capítulo vinte e sete

- Vamos ser rápidos, não quero ser pego nu por algum desses caras. – Seokjin mergulhou na imensidão negra que era a água e logo apareceu tirando a sujeira impregnada no rosto.

A água que encontraram estava em um tipo de piscina natural, três lamparinas iluminavam nosso banho, formando sombras assustadoras nas paredes. Tirei a roupa suja de sangue e pulei na água quente, a temperatura estava um pouco alta, mas já era de se esperar por ser subterrânea, além disso ela parecia barrenta mas não iria reclamar. Ajudei Yoongi a se lavar, tomando cuidado com a perna dele que por sorte só ficou inchada. Demorei para tirar todo o sangue da minha pele, toda vez que achava estar limpo os meninos apontavam alguma parte suja.

Estava lavando o meu cabelo quando senti um arrepio subir pela minha espinha, congelando meus ossos. Vi uma sombra diferente se mover, uma forma estranha, como se estivesse se aproximando; não poderia ser os meninos, eles estavam brincando de guerrinha d' água, a sombra vinha lenta, assustadora. Olhei para onde pensei ser a origem daquela forma e prendi um grito.

Dak-ho estava nos observando.

Ele estava pior do que antes, seu cabelo estava cobrindo metade do rosto, mostrando apenas um dos olhos que estava focado em mim, sua aparência era quase cadavérica, magro, doente e assustadora.

- Seokjin? Você está vendo aquilo? – Me virei por milésimos de segundos para chamá-lo, mas quando tornei a olhar para meu pior pesadelo ele havia desaparecido.

- Vendo o quê?

- Nada, eu... Eu estava sonhando acordado. – ri sem graça. Eles perceberam que eu estava agindo de modo estranho, mas não falaram nada; vesti a minha roupa o mais rápido que conseguia e mesmo com o calor que estava ali eu estava tremendo.

Por favor, que tenha sido coisa da minha cabeça.

Repeti isso durante todo o meu caminho de volta para onde o resto do pessoal estava, fiquei olhando para os cantos com medo de que Dak-ho pulasse na minha frente ou machucasse meus meninos. Porra! Se ele estiver mesmo vivo e se escondendo na mina então todos correm perigo; eu tenho que avisar para Jeon o mais rápido possível.

Só de lembrar daquela figura parada me encarando minha barriga revirou de nervoso. Encontrei Jeon fora da mina, junto com Hoseok, Taeyang os gêmeos nos esperando.

- Ei, anjo. – Jeon me abraçou de lado, se agarrando na minha cintura, e deixou um beijo no topo da minha cabeça. – Conseguiu tomar um banho?

Jeon bonzinho na área. Ótimo, espero que continue assim.

- Sim, foi o melhor banho da minha vida. – suspirei.

- Queria tomar banho. – ouvi um dos gêmeos resmungar.

- Outra vez. – Taeyang respondeu atencioso.

- Na próxima nós tomamos banho juntos. – disse em alto e bom som. Provavelmente Jeon não deixou que eles tomassem banho por minha causa, os coitados estavam tão sujos quanto eu.

Ouvi Jeon bufar e apertei sua mão, enfiando minhas unhas na sua pele, se ele for esperto vai entender o que quero dizer.

- Vamos voltar? – Taeyang nos chamou e antes que Jeon me levasse de volta para o quarto eu o parei. Não demorei muito e logo entrei no assunto que me interessava. – Posso falar com você? Em particular.

- Aconteceu alguma coisa? – Jeon já estava preocupado, nem quero ver como ele vai ficar quando contar o que vi.

- Eu não sei, mas preciso conversar. – pedi. Ele assentiu, ainda me olhando preocupado, e deu um sinal para que fossem na frente.