Capítulo seis

171 21 0
                                    


▪▪▪▪

"O que eu quero? Eu quero você."

Eu fiquei paralisado olhando para Jungkook que tinha a expressão, que antes era irritadiça, calma.

- E-eu não sou gay. - menti.

Jungkook se engasgou com uma risada e começou a gargalhar escandalosamente. Ele se balançava pra frente e para trás batendo na coxa e lágrimas escapavam do canto dos olhos.

- V-você acha que eu quero você como meu brinquedinho? - ele começou a rir mais, como se fosse possível, Jungkook estava com o rosto vermelho e segurava a barriga por conta dos risos.

Senti meu rosto esquentar pela humilhação. Eu só queria voltar pro meu quarto e nunca mais sair de lá, eu queria nunca ter saído sozinho e ter encontrado o Ji-yong, eu queria minha liberdade.

Eu queria a minha casa.

- Você é realmente muito engraçado. - disse rindo com as palavras entrecortadas. Ele levantou e veio na minha direção. - Eu não quero você como a minha putinha, você vai substituir o Ji-yong. Até eu encontrar alguém que sirva.

- E-eu não acho que eu vá, sabe, servir. - encolhi os ombros, eu estava tão nervoso que soou como uma pergunta. Ele riu anasalado e continuou chegando mais perto.

- Isso não foi um pedido.

Eu estava tremendo da cabeça aos pés. Jungkook me quer nesse bando estranho dele, mas para quê? Vou ser inútil.

- V-você deveria encontrar, não sei, a-alguém forte e corajoso?

- Provavelmente. Mas você me parece... Interessante.

- B-bom... - tossi tentando disfarçar meu nervosismo. - O que eu faço nesse seu... Bando?

- Você faz muitas perguntas. - ele voltou a se deitar e me olhou com a sobrancelha arqueada. - Não vai sair?

- O- o que?!

- Escute, você tem sorte de que Ji-yong não era importante. - sorriu sarcástico. - Ou tenha certeza que o seu traseiro estaria apodrecendo agora mesmo. Agora saia.

Me atrapalhei para chegar até a porta e quando sai escutei suas risadas. Desci as escadas correndo o mais rápido que pude, quando estava descendo uma delas esbarrei em um corrimão quebrado e cortei o tornozelo.

Que inferno! Quando essa maré de azar vai acabar?

- Porra! - me agarrei no corrimão e pulei em um pé só, tentando suportar a dor até que eu chegasse ao meu quarto.

Agradeci aos céus por ele estar vazio, não iria suportar as perguntas de Seokjin e a raiva de Namjoon. Cheguei até a minha cama e tirei o sapato, grunhi de dor e vi o corte, não parecia fundo e estava sangrando bem pouco, mas a pele estava começando a inchar em volta do corte. Maravilha. Um pé machucado é tudo que preciso nesse momento. Procurei pelo quarto algo para limpar o sangue, encontrei um pedaço de pano e enrolei sobre o corte. Isso deve resolver.

Eu precisava tomar banho, mas descer mais escadas com o pé desse jeito não ia dar muito certo, até porque, se eu tivesse que correr caso algo ou alguém viesse me importunar, eu cairia no chão.

Deitei com o travesseiro no meu pé e fiquei acordado olhando para a parede. Dormir é algo que, definitivamente, está fora da lista nesse momento.

Como em tão pouco tempo eu me meti em tanta merda? Fui preso, um cara morreu na minha frente e agora tenho que fazer parte de um bando de prisioneiros.

Aprisionado (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora