Capítulo treze

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- Vocês o quê?! – Yoongi andava de um lado para o outro do nosso quarto com as mãos passando nos cabelos loiros em sinal de nervosismo. – Isso é loucura!

- Nós sabemos, mas é o único jeito! – Eu tentava convencê-lo, mas até o momento não estava dando muito certo.

- Único jeito?! Você quer o quê? Que eu chegue naquela coisa e diga: Ah então, só para saber, você matou o Kyungsoo? – O loiro disse exasperado. – Isso é entregar a sua cabeça de bandeja! Ou melhor, é entregar sua cabeça e perguntar se vai querer com molho!

- Yoongi... – Seokjin o avisou. – Se controle.

- Controlar?! Eu estou controlado!

- Ok! – Disse tirando as linhas soltas da minha calça. – Você não vai ajudar, já entendemos. Seokjin, vamos para o refeitório? Estou morrendo de fome.

- Eu vou ten-

- Você ouviu algo? – Ignorei Yoongi. – Acho que não...

Se tem uma coisa que descobri ser ponto fraco de Yoongi, essa coisa é ser ignorado. Ele simplesmente odeia. Então, talvez isso o faça mudar de ideia.

Seokjin entendeu meu ponto e entrou na pequena "brincadeira", Yoongi me olhava boquiaberto.

- Vamos, Minnie. - Ouch! Seokjin me chamou pelo apelido que Yoongi reivindicou como seu, o loiro ofegou como se tivesse levado um soco.

Eu me sinto um pouco culpado quando faço Yoongi chorar, e isso acontece com muita frequência. Com o passar do tempo, e pelas coisas horríveis que ele passou, ele se tornou um garoto sensível e frágil. Ele sempre tenta se segurar, para não demonstrar fraqueza, mas nem sempre consegue.

Ainda lembro quando fiz Yoongi chorar porque contei sobre as guerras e o lado ruim da superfície. Então o lembrei que Mors era quase, ou igual à superfície. Isso apenas o fez chorar mais. Quando Hoseok soube, eu quase perdi minha língua.

Voltei à realidade e vi Yoongi com um bico e olhos lacrimejando. Quase o abracei, mas lembrei do por que de tudo aquilo.

- Só vou colocar meus sapatos. – Sentei de frente para o loiro que estava calado e olhava para o chão. – Depois vamos investigar. Apenas Seokjin e eu. – Cantarolei.

Yoongi estremeceu e percebi que a minha chantagem emocional estava quase dando certo.

- Vamos. – Puxei Seokjin pela mão, mas quase caí pelo solavanco que recebi. Yoongi estava segurando a camisa de Seokjin.

- Eu vou! – Fungou derrotado. – Eu faço o que vocês querem.

- Ótimo! – Comemorei. Yoongi fungou e circulou os bracinhos na minha cintura e na de Seokjin.

Passamos o resto do tempo conversando em sussurros e planejando uma maneira de parar Dak-ho. Nos despedimos de Yoongi, que atuaria como o nosso pequeno espião, e voltamos para os nossos quartos.

Namjoon estava afiando uma faca, sua testa estava vincada pela concentração colocada no trabalho. Seu parceiro pigarreou chamando sua atenção.

- Hoje tem luta. – O moreno explicou.

Eu sabia que Namjoon participava dessas lutas, mas nunca tive oportunidade, e nem vontade, de ver uma. Soube que nas lutas vale tudo, qualquer coisa que fure e mate, causando estrago o suficiente para que o oponente não se levante mais. Não há prêmios ou algo assim; mas se você perder, e se continuar vivo, tem que acatar uma ordem, apenas uma, do vencedor.

Aprisionado (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora