* * *
SALMO VIINesta boa voz ancestral
Tu respondes e dizes:
"Modelo-te aqui, outrora e no poente,
O amor que te consagro o bendize,
Aceita-me conduzir-te assim contente,
Que este amor é mais que mãe e pai,
É vida que mesmo rejeitada não jaz"."Onde fitar tua voz em face encontrada?"
Pergunto eu ainda de ternura perpassada.
– Eis-me aqui, o Filho enviado,
Para chover fazer na terra o céu em ti plantado.
Veja minha mão marcada e desenhada,
Não do sangue de madeira pendurada,
Mas do afago dado a esta gente Querida, abraçada.
Ouça, veja, cheire e toque.
O meu valor é ser para ti um pobre,
Que te declara vivaz em tua sorte.A sorte que é livre, fulgurante e bela,
É vento incessante a impulsionar tua aquarela
De cores, dons e bem sobrepujante.
Teu espírito, meu Santo Espírito,
Fará de ti um navegante
E a voz do mar bendito,
A voz do vento,
A voz do amor
Te embalará no tempo,
Cujo horizonte alcança teu peito com frescor
E o manancial da nova humanidade será o teu torpor!- Cecília de Magdala.
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Salmos de Madalena
PoetryEssa coletânea de poemas intenta ser uma Ode ao feminino e a sua estreita relação com o Transcendente. Deus não é homem nem mulher, mas certamente traz em si - e no-lo dá a revelar - o que tem e gera de feminino e, por naturalidade, as mulheres tran...