* * *
SALMO XXXVIII
Se não te ponho em sangria,
Te peço ternurosa:
Dá-me tua mão,
Dança comigo.Ritmo-te eu
Que sou a enamorada
Do intenso,
Uma pantera em curvo movimento:E que vai se desenrolando tal como um desenho.
Mas a minha harmonia é linear
Como a figura que,
Na sucessão de um friso,
Repete-se, como um andante ritmo
De um verso num poema atípico.E esse meu par,
Entanto,
Não quer a pauta de uma corda única
E a curva no seu vôo traça
Geometrias de uma
dança muda.Vai e volta, mergulha, sobe, entrelaça-se,
Como se brincasse consigo mesma.
Desliza agora nas águas negras,
Ao som da valsa para ti tocada,
Por tua alma, viçosa bailarina.O nome da valsa eu já não lembro,
Dê tu novos sobrenomes.
E o que ti importa esse sentido,
depois de bailado o cortez carinho?
Talvez te pareça mau, o gosto.
Abre os olhos agora
E vê
O que no máximo pode haver de pior:
O pior de tudo é que as visitas
(anjos emocionados)
aplaudiam.
Aplaudiam muito sinceramente!- Isa de Magdala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Salmos de Madalena
PoezieEssa coletânea de poemas intenta ser uma Ode ao feminino e a sua estreita relação com o Transcendente. Deus não é homem nem mulher, mas certamente traz em si - e no-lo dá a revelar - o que tem e gera de feminino e, por naturalidade, as mulheres tran...