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SALMO XVII


Nuvem que passa,
O sol dorme um pouco -
A sombra descansa.

A primavera se faz
Repouso, fala dormindo,
Murmura uma Ode... ou Elegia...

Valsa das flores,
Procuram um abrigo.
Moinho as comeu.

Qual tempo nos cai?
Deus é falso?
Se os homens falassem...

Outono chegou
Antes da hora,
O inverno reporta.

Os meus, desta nação,
Pararam,
Feridos muitos, na ponta do galho.

Amanhã o dia nos cobra.
Escutem os povos
Que vem lá de dentro.

Esse país é belo.
Eu o rezo, apaixonado.
Serafim me abraça...

Revoa tua asa,
Mensageiro da paz,
Alveja o eclipse.

Montanha do ódio
Deitai-a,
Em planície de amor.

Pastagem injusta,
Refloreste-se
Em igualdade mútua.

Pantano do intolerável,
Manguezal sejas
Do respeito insistente.

Volte, Sol,
Fura a nuvem carregada
E dai-nos outras miríades.

Rebanha o mar,
Verdana o campo,
Aquarela o céu.

Varal tá posto,
Que resseque o mal.

- Úrsula de Magdala.

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