Capítulo 20

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Pode parecer um ato simples, mas me ajuda muuuito!

Boa leitura! :)

* *

O nome dele era Alexandre e somente com algumas palavras ele me transformou na garota com nome de mês. No mesmo instante comecei a imaginar as conversas entre eles, as risadas e as apostas de que talvez Oliver ganharia o joguinho de sedução que iniciou comigo. Então essa era a confirmação que eu precisava? Uma nova peça no jogo, a neutralidade não tão neutra que me indicaria qual caminho seguir. Afinal, "diga-me com quem andas e eu te direi quem és", Oliver.

Lembro que suas mãos eram quentes e seu sorriso tentava trazer leveza para o ambiente, falhando terrivelmente nessa missão. Seus olhos eram escuros e sua pele amarronzada exaltava o brilho do seu sorriso. Alexandre era alto e possuía cabelos castanhos e encaracolados, era possível confundi-lo com um anjo antes de saber que seu melhor amigo de infância era o Oliver.

Ele se apresentou sem sobrenome e com uma bituca de cigarro ainda acesa na mão. Ao adentrar o escritório, depositou o resto do cigarro no cinzeiro e esperou por respostas.

Não seria muito difícil descobrir os milhares de conflitos que Oliver e eu tínhamos em nossa relação que eu ainda tentava descobrir qual era. O difícil seria explicá-los, mas algo me dizia que Alexandre conhecia Oliver o suficiente para saber que perguntas não seriam bem-vindas.

Ainda assim, Alexandre mostrou-se curioso sobre a garota com nome de mês e o que ela teria feito para causar confusões com seu poderoso amigo de infância. Como consequência da sua curiosidade, ele começou a jogar fatos sobre Oliver que me surpreendiam, somente para fazer da minha surpresa uma arma poderosa contra mim.

Realmente, de angelical o Alexandre só possuía os cabelos. Ele seria um novo cuidado que eu precisaria ter.

"Então você é a famosa Janeiro?" - ele disse, sentando-se no sofá mesmo sem ser convidado a permanecer - "que interessante."

Outro detalhe: ele utilizava o que interessante ao fim de todas as suas sentenças. Alexandre não queria esconder suas avaliações e nem se esforçaria para disfarçar sua curiosidade.

Eu, ao contrário dele, mantive a minha curiosidade trancada em uma parte da mente que me proibiria de fazer perguntas. Dessa forma, tudo na nossa conversa parecia uma armadilha. Desde as histórias sobre como a família Madraga praticamente adotou o filho da vizinha pobre até seus elogios para o garotinho de olhos verdes que o ensinou a ser um homem de boas maneiras e como Oliver, mesmo com todo seu dinheiro, costumava levá-lo para nadar no lago da cidade e pescar com o senhor Madraga.

Otto Madraga, como eu vim a descobrir através das histórias do Alexandre.

É fato que conhecer mais sobre Oliver era tudo que eu queria, assim como era fato que aquilo traria consequências terríveis. Em um dos momentos, ainda fingindo prestar atenção no Alexandre, eu me peguei imaginando Oliver, o garotinho daquela foto preta e branca, caminhando pela mata e mantendo o silêncio próximo ao rio para conseguir pescar um peixe com seu pai e seu melhor amigo. O que mudou?

Ele sempre foi a pessoa que eu conheço? Ou melhor, não conheço.

Oliver nos observava ainda impaciente, por isso fez um sinal indicando ao Alexandre que ele estava de saída e voltaria para o movimento da festa. Eu não vou mentir, doeu perceber que Oliver não conseguia me olhar e muito menos me avisar dos seus próximos passos. Doeu perceber que eu não era importante o suficiente para ele querer que seu amigo perdesse tempo comigo. Então por que Alexandre sabia da minha existência?

Tornar-se Janeiro (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora