racismo

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Grégory

- amor despache-se, ainda tenho que deixar você na casa de dona Celine, para vocês se conhecerem e começarem os preparativos do casamento religioso- falo auto

-  ai amor, pare de gritar - reclama - eu posso ir de táxi se quiser.

- eu não quero você andando por aí sozinha - falo e ela revira os olhos. - estou falando sério.

- mas eu quero continuar minha faculdade, ahh, eu até já me inscrevi num curso de inglês. - fala

- então eu contrato um motorista.

- isso é desnecessário. - fala

- sem motorista, sem faculdade. - falo - você escolhe.

- argh, precisa ser tão... Mandão? - fala.

- preciso, se não, não seria Grégory Parker, o homem mais bonito e gostoso do universo.

- modesto também - ironiza. - que Taylor não oiça isso.

- tah, vamos.

Chegamos na casa de dona Celine Parker, que é exageradamente grande, e exatamente luxuosa e somos atendidos por Dolores, a governanta simpática de cabelos grisalhos, que está connosco desde que me conheço por gente, ela é minha segunda mãe, pois, ela teve que deixar sua família no Brasil, apenas por querer ajudar minha mãe na minha criação.

- meu filho. - diz me dando um abraço.

- oi Dolores. - digo retribuindo o abraço. - essa é minha esposa Vissolela Braga.

- oi filha, eu sou a Dolores - diz dando um abraço em Vissolela. - olha, você é muito linda, olha- me só para esse rostinho- diz olhando para mim.

- obrigada, dona Dolores- Vissolela diz sorridente.

- apenas Dolores filha. - ela diz

- está bem... Dolores- Vissolela fala.

- vem vamos entrar. - falo para Vissolela.

Entramos e eu sinto meu coração palpitar, tenho certeza que minha mãe irá me matar, eu me casei sem ela saber.

- mamãe. - chamo sua atenção.

- filho, que bom te ver- diz e repara em Vissolela. - quem é ESSA AÍ? - pergunta dando ênfase no essa aí.

- ESSA AÍ mamãe, é minha esposa. - falo sem esconder a decepção.

- mais ela é preta. - diz sem pudor nenhum.

- mãe, isso é racismo - brado.

- eu não acredito que você se casou com uma preta Grégory, eu não te criei para casar com um... Um bicho - fala

Suas palavras foram como uma lâmina afiada que rasgou meu peito, eu não quis acreditar que aquelas palavras eram de minha mãe, a mulher que eu mais admirava no mundo. Vissolela não pronunciou nenhuma palavra, simplesmente estava olhando para minha mãe sem dizer nada, com lágrimas nos olhos.

- mãe, eu nunca mais vou pisar o pé nesta casa, enquanto você não aprender que negro também é gente, e que eu, seu filho, Grégory Parker, filho grande senhora Celine Parker, estou casado com uma negra.

Digo e saio de casa acompanhado de minha esposa. Durante o caminho para casa, Vissolela não pronunciou nenhuma palavra, isso está me preocupando. Chegamos em casa e nada dela falar.

- meu amor, fala alguma coisa, olha me desculpa, eu não quis que nada disso tivesse acontecido, me desculpa.

- você não tem culpa. - diz tocando meu rosto. - agora me deixe um pouco sozinha por favor- diz calma.

- mas amor... - falo e ela me corta

- por favor? - fala

Eu concordei e deixei ela sozinha, ela se fez de forte , mas eu sei que que ela está mal, se que está doendo. E vê-la assim destrói meu coração.

É o amor ( Completo )Onde histórias criam vida. Descubra agora