Capítulo Dezesseis

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Bruce

Lembro-me de quando tive que fazer minha primeira apresentação na faculdade, eu ainda sentia uma nervosismo sem fim e toda vez que falava em público vomitava ou desmaiava por não conseguir pronunciar uma única palavra na frente de todos e isso era motivo de risada de todos. Só quando iniciei meu mestrado que melhorei a questão de falar em público e como estava entrando no mundo empresarial precisava aprender a arte da persuasão, foi quando conheci o grande Lúcio Mitchell o tão amigo do meu pai, em suas viagens para Nova York ele me ensinava a convencer as pessoas é nunca mostrar fraqueza. Desde então sempre me mantive firme e forte em minhas decisões, sou o melhor no que eu faço e jamais demonstrei total franqueza, aprendi esconder os meus sentimentos de situações que se provava uma vantagem para mim.

Naquela manhã foi completamente diferente, havia acordado me sentindo como na época da faculdade, o nervosismo tomava conta de mim como se eu fosse apresentar algo na frente do presidente dos Estados Unidos. Era dez hora quando minha secretária transferiu a ligação de Benjamin, por incrível que pareça estava se tornado hábito do garoto me ligar sempre esse horário, ele me ligava todos os dias me atualizava sobre Ray e de quebra me contava algumas coisas que no fundo pareciam ser importantes para mim, me sentia estupidamente bem conversando com ele descobri que era fã de basquete mesmo nunca tendo ido a uma partida, gostava dos New York Yankees seu time de Beisebol favorito , sua banda favorita era U2.

Era bizarro guarda todas essas informações sobre o garoto, mas minha mente se recusava a esquecer e minha atenção se tornava cada vez mais afiada em relação ao garoto.

— Então ela foi até o fórum, e volta... — ele começou — você podia vir e dizer todas aquelas coisas melosas e sem graça, tenho certeza que ela vai gostar, anota o endereço.

Só não esperava que antes mesmo de me desculpar com a minha noiva, uma merda fosse acontecer. Ray estava morrendo em minhas mãos e eu não podia fazer nada, seus olhos que tanto amava perdia o foco e a cada piscada ela demorava para se abrir, quando os paramédicos chegaram não queria sair do seu lado, ela estava tão pálida. Henry e Roberts me seguraram para que deixasse que cuidasse dela, olhei para as minhas mãos cobertas de sangue, Deus, quem tiver feito isso ? É por que?

Em todo o caminho segurei a sua mão, meu peito estava apertado eu não podia perdê-la, não iria perdê-la não. Seu rosto estava sem aquele brilho que tanto amava, sua pele negra que constantemente vinha com cheiro de rosas não era mais a mesma. Assustado, estava assustado, amedrontado e me sentindo um completo impotente por não poder fazer nada para que ela abrisse os olhos e sorri-se para mim mais uma vez, me sentia assim por não ter dito a chance de me desculpar, por me sentir culpado pelas merdas que tinha feito, por tudo! Por não ter lhe apoiando quando mais precisasse. Merda, se estivesse ao seu lado lhe apoiando e ajudando em tudo que precisasse nada disto teria acontecido.

Quando chegamos ao hospital, Ray foi levada diretamente para a sala de cirurgia, me sentei em uma daquelas cadeiras desconfortáveis e enterrei meu rosto em minhas mão, permitindo que a tristeza e a raiva tomasse conta de mim. Descobrirá quem fez isso com a minha Ray, e quando descobrisse acabaria com o bastardo safado com as minhas próprias mãos, não daria a chance dele pensar em se julgado pela justiça.

Senti uma mão tocando meu ombro, levantei a cabeça e a família de Ray acompanhada da minha estava na minha frente.

— Onde está minha filha? — Perguntou Claire aos prantos.

— Foi levada diretamente à sala de cirurgia, ainda não sei.

— Deus... quem tinha feito isso com ela? — George.

— Eu ainda não, mas garanto que quando descobri é vou! Não sobrará para contar história.

Fui ao banheiro e lavei o sangue dela das minhas mãos, quando senti meu telefone vibrando no bolso, tiro e no visor o nome de Owen apareceu.

— Descobriremos quem atirou! — Ele começou — Foi uns dos capangas de Manny a mando dele, logo que atirou ele ateou fogo na sala onde seria o escritório de Ray.

— Bastardo covarde!

— Conseguimos apagar o fogo antes de atingir os futuros dormitórios.

— Ele revelou a localização dele?

— Sim, estamos indo direto para lá com a polícia.

Maldição! Não queria envolver a polícia nisso mas tinha que pensar, aquele porco safado poderia usar uma das crianças como reféns e isso resultaria em algo ainda pior.

— Escute, quero Manny — disse em um tom baixo — Deixe que a polícia capture os outros mas Manny e meu! Entendeu?

— Sim senhor!

Owen desligou, aquele safado covarde agiu da forma mais cruel que pode. Joguei água no rosto afrouxando a gravata precisava de ar, e precisava urgentemente saber como minha noiva estava ou iria enlouquecer. Quando sai do banheiro segui em direção a sala de espera todos estavam lá, não estava pronto para encarar ninguém e muito menos discutir com George Mitchell, sentia minha paciência se esgota a cada segundo que passava.

— Parentes de Ray Alicia Moreira Mitchell? — Chamou, a médica.

Todos se levantaram quando me aproximei a médica começou.

— Sou noivo dela, como ela está?

— Sou a Dra.Anne White; Ray perdeu muito sangue é por sorte conseguimos estancar a hemorragia mas ela precisa de uma transfusão com urgência — ela abaixou o olhar para a prancheta em sua mão — Seu tipo e raro AB- negativo e não temos em nosso banco. Alguém com esse tipo sanguíneo ou universal ?

— Não.. eu sou A+ POSITIVO — Me virei para todos — Alguém?

— Eu! — ouvi uma voz ao fundo — Sou universal.

Lúcio Mitchell entrava na sala acompanhando de Benjamin, ele foi até a médica. O que era surpreendente pois só sabia da sua chegada daqui a duas semanas, uma enfermeira apareceu e o levou para a sala de transfusão.

— Posso falar em particular o senhor? — A Dra,White me acompanhou em direção ao um canto — Ray sentiu enjoos ou desmaios ultimamente?

— Não, por que?

— Ray está grávida — Disse— graças a Deus a bala não atingiu o bebê, mas não posso garantir que esteja em perigo.

— Grávida? É impossível, ela foi — engoli seco — Só é impossível, ela não possui o útero.

— Senhor, o caso dela é muito raro, mas quando fiz os exames ela continha dois ovários — disse e mais uma vez abaixou o olhar para a prancheta — Irei solicitar o prontuário dela.

Com isso a médica partiu, me deixando mais assustado do que já estava. Deus, Ray estava grávida. Como? 

Ensina-me - Felizes para sempre?Onde histórias criam vida. Descubra agora